Postagens

Posse de Franklin Ribeiro - Academia de Letras de Propriá

Imagem
04.02.2023 O escritor Ron Perlim, como sempre, acompanhado de sua bela esposa e filho, esteve presente na posse de Franklin Ribeiro Magalhães na Academia Propriaense de Letras, Artes e Ciências para ser patrono de AméricoSeixas. Antes de se tornar membro dessa casa, Franklin é membro do CCP (Centro de Cultura de Propriá) e um dos organizadores da Flipriá (Festa Literária de Propriá). Aqui, destaco trecho de sua fala: (...) inda outro dia, durante a realização da primeira Festa Literária de Propriá, a Flipriá, [1] construída pelo Centro de Cultura de Propriá, entidade da qual faço parte e cujos membros aqui se fazem presentes, tive a profunda tristeza ao me deparar com a realidade desse apagamento cultural e histórico, ao relatar para os presentes a invasão da catedral, no início dos anos 1980, quando a grilagem portou armas para tentar emudecer a luta dos indígenas pela reconquista da sua terra e constatar que quase ninguém sabia desse fato. Esse sentimento e o incentivo de

Solar de Camuciatá

Imagem
O fazendeiro Cícero Dantas Martins, nascido em 1838, foi o fundado do casarão, onde viveu por muitos anos. Designado bar]ao de Jeremoabo em 1880 por ordem do imperador D. PedroII, Cícero se tornou um homem de grandes posses no final do século. Adquiriu dezessete fazendas só em Itapicuru. Mantinha outras doze em Bom Jesus, município que depois foi rebatizado justamente como Cícero Dias. O poder político de Cícero sofreu um abalo a partir de 1874, com as andanças do beato Antônio Conselheiro (1830-1897). A pregação arregimentou lavradores por todo sertão, esvaziando propriedades da região. Em pé de guerra, os velhos “cononéis” pediram ao Exército o fim do arraial de Belo Monte. Cícero tinha verdadeiro ódio pelo Conselheiro, do que são prova algumas das cerca de 3 mil cartas deixadas pelo barão no Solar de Camuciatá. No auge do conflito, em agosto de 1897, o barão lembrou, em carta enviada a um compadre, ter sido um dos primeiros a advertir sobre a ameaça. Disse ter sido criticado injust

Irmã da covardia

Imagem
Era de madrugada no povoado Alecrim quando Felipe bateu desesperado na porta da casa de Ivan. A porta foi aberta, mas a cara e o coração estavam fechados. Isto era visível nas formas geométricas da face dele. Felipe nem importância deu porque para ele a única coisa que importava era a mulher que estava prestes a parir. Ivan alegou que não poderia dar assistência porque os faróis do carro estavam com problemas e que havia pouca gasolina no tanque. Sem dar importância aos apelos de seu concidadão e eleitor, simplesmente disse que não podia atendê-lo; voltando-se para os seus aposentos resmungando: “Dei aquele infeliz o telhado da casa e no dia da eleição ele ainda veio me pedir dinheiro. Esse povo é assim: se a gente deixar, tira o nosso couro”. Felipe, angustiado e vendo a mulher se contrair de tanta dor, foi às pressas a casa do cunhado e o chamou para lhe dar socorro. Ao chegarem, carregou a esposa até às margens do rio São Francisco, pondo-a em um barquinho, remando rio ab

Revista A ordem e a semana de 22.

Imagem
Jackson de Figueiredo (…) Em 1922, em pleno coração da aventura modernista, um grupo de católicos renovadores chefiados no Rio pelo sergipano Jackson de Figueiredo funda o Centro Dom Vital, entidade que tem como eminência parda o arcebispo do Rio de Janeiro, d. Sebastião Leme Cintra, e que expressa suas teses nas páginas da rabugenta 1 A ordem , revista mensal que se torna uma espécie de bíblia na nova igreja. O grupo se opõe a Oswald de Andrade, Mário de Andrade e sua trupe de modernistas, lançados por ele no balaio comum e insensato dos “esquerdistas disfarçados de vanguardistas”. E não esconde suas flagrantes simpatias pelo nascimento do fascismo (…). (…) Jackson de Figueiredo Martins, rapaz agitado e furioso nascido em1891, em Aracaju, morreu precocemente aos 37 anos, em 1928, e foi o mais virulento e dramático pensador católico do país no início do século. Influenciado pelas ideias de Blaise Pascoal – filósofo cujas ideias digeriu do modo que bem entendeu, usando seus textos mai

A função social do velho é lembrar e aconselhar

Imagem
Ecléa Bosi A função social do velho é lembrar e aconselhar – memini, moneo – unir o começo e o fim, ligando o que foi e o porvir. Mas a sociedade capitalista impede a lembrança, usa o braço servil do velho e recusa seus conselhos. Sociedade que, diria Espinosa, “não merece o nome de Cidade, mas o de servidão, solidão, barbárie”, a sociedade capitalista desarma o velho mobilizando mecanismos pelos quais oprime a velhice, destrói os apoios da memória e substitui a lembrança pela história oficial celebrativa. (...) Como se realiza a opressão da velhice? De múltiplas maneiras, algumas explicitamente brutais, outras tacitamente permitidas. Oprime-se o velho por intermédio de mecanismos institucionais visíveis (a burocracia da aposentadoria e dos asilos), por mecanismos psicológicos sutis e quase invisíveis (a tutelagem, a recusa do diálogo e da reciprocidade que forçam o velho a comportamentos repetitivos e monótonos, a tolerância de má-fé que, na realidade, é banimento e discriminação)

Ruan Vieira - Libertos pela poesia

Imagem
Ruan Vieira, poeta. Hoje o Blogue do Ron Perlim tem a satisfação de publicar a entrevista com Ruan Vieira que recentemente lançou o livro Libertos Pela Poesia. Vamos saber mais sobre o autor: Nascido em Aracaju/SE, no dia 09 de setembro de 2001; Ruan Vieira, nome artístico de Clenisson Ruan dos Santos Vieira, é um poeta, contista e cronista. Graduando no curso de Letras Vernáculas na Universidade Federal de Sergipe (UFS), passou quase toda a sua infância e adolescência escrevendo cartas de amor, composições e poemas, além de alguns contos e artigos de opinião. Em 2018, participou de dois eventos culturais em Propriá, cidade na qual reside com sua família. Com a poesia “Sonhar”, ficou em 3° lugar e levou um troféu para casa, em sua primeira participação em um concurso literário. No mesmo ano, participou de um evento comemorativo em homenagem aos 300 anos da Paróquia local, ganhando em 1° lugar o seu segundo concurso e levando para casa o prêmio, um cheque de mil reais. Ainda em 2018

Harmônicos entre si

Imagem
A prática da mercantilização do voto consome o eleitor brasileiro. Ela só contribui para que políticos ruins sejam procriados Brasil afora. Por isso a minha pequena Colégio sofre com a mercantilização do voto. Por causa dessa prática, as tetas da viúva são para poucos bezerros. A dívida dela com a sociedade colegiense é enorme. Vai um, vem outro e pouco ou quase nada se faz. E quando se faz, o bem feitor se sente senhor das cercas. A única coisa que acontece desde a redemocratização é o acúmulo de processos por corrupção, compra de voto, abuso de poder econômico, enriquecimento pessoal, brigas vis e mesquinhas que não contribuem para o crescimento da Pequena, rica em água, em cultura, de solo fértil, de gente agradável. O eleitor colegiense e os demais do Baixo São Francisco deve entender que o voto não é um bem que se deve trocar, vender. Que esse bem não é uma mercadoria exposta para o consumo; mas uma ferramenta que outorga poder aqueles que o representará. E concluo: a “harmoni