9 de fev. de 2025

A verdade em diálogo

Toda a verdade humana é a verdade de um diálogo. Ninguém pode dizer a verdade sem primeiro a ter recebido. Aquele que imagina estar falando sozinho e pronunciar no absoluto uma palavra definitiva, engana-se sobre si próprio e sobre a verdade.

Há, em primeiro lugar, uma comunidade humana, um patrimônio de linguagens e de tradições, uma convergência das boas-vontades desde as mais longínquas origens da cultura. Os inventores que, de era em era, se afirmam à boca da cena são sempre também herdeiros e continuadores; a sua originalidade consiste em transformar as significações estabelecidas. É justo prestar homenagem ao seu gênio, mas este gênio não consiste nunca em criar qualquer coisa a partir do nada.

 

O diálogo do professor e do aluno situa-se no seio do imenso horizonte da cultura humana. Isto é melhor dizê-lo. Todos os pensamentos dos homens e todos os seus sonhos, não apenas aqueles que foram consignados nos livros e escritos na pedra ou na tela, mas ainda aquelas intenções e premeditações meio confessadas de que a linguagem conserva uma furtiva memória, compõem um domínio de recordação e de esperança, e também de virtualidades, no seio do qual se pronunciam as palavras ditas, os pensamentos esboçados. Todo homem que fala ao homem fala da humanidade à humanidade.

 

A faísca, a descarga só podem gerar-se dentro de um campo elétrico. O encontro e o diálogo supõem um espaço saturado de presença que fornecem referências comuns (...).

 

A verdade das verdades, justificação última de toda a atividade de ensino, é a verdade de uma comunidade, talvez até, no diálogo do professor com o aluno, se trate de cada vez, se trate sempre, da própria essência da condição humana. A verdade do diálogo é, portanto, uma verdade que ultrapassa o diálogo.

 

PILETTI, Claudino & PILETTI, Nelson. Filosofia e História da Educação. São Paulo: Ática, 1986. p. 30.

 


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2 de fev. de 2025

O uso de celular é aliado ou inimigo na aprendizagem da leitura?


As escolas da educação básica, públicas e particulares, iniciam o ano letivo com uma 
característica nunca vista neste século, a proibição de celular.

Em um contexto em que a tecnologia é onipresente (parece um Deus), o celular tornou-se 

uma ferramenta indispensável para o dia a dia, isso é um fato. No entanto, seu uso 

excessivo pode trazer consequências negativas para a aprendizagem, principalmente a 

leitura. A seguir destaco alguns pontos que corroboram para este posicionamento. 

De início, destaco que o celular pode ser um inimigo na aprendizagem da leitura, 

pois ele pode prejudicar a concentração. Os estímulos visuais e auditivos do celular 

podem ser muito distrativos, dificultando o foco na leitura. Isso ocorre porque o celular 

está constantemente enviando notificações, alertas e outras informações que podem atrair 

a atenção do usuário. 


Além disso, o celular oferece uma variedade de atividades que podem ser mais 

atraentes do que a leitura, como jogos, redes sociais e vídeos. Essas atividades são 

geralmente mais visuais e interativas, o que pode ser mais estimulante para o cérebro do 

que a leitura. Os jogos, por exemplo, oferecem recompensas imediatas e desafios que 

podem ser muito envolventes. Mas estudos comprovam que manter práticas diárias 

inadequadas no uso de celular, por exemplo, provocam consequências oculares, levando 

o surgimento da miopia, estrabismo e a famosa enxaqueca. A verdade é que, muitas vezes, 

essas consequências ocorrem devido ao esforço necessário para enxergar mais de perto. 

Quer testar? 


Quando os alunos estão expostos a essas atividades de forma constante, eles 

podem se tornar menos motivados a ler (já não leem com os livros). Isso ocorre porque a 

leitura exige mais esforço mental e concentração do que outras atividades. No Ensino Médio, 

por exemplo, é fácil identificar a dispersão dos estudantes, basta que o docente dê as 

costas para a turma (há casos de ser na frente deste), se ao menos fosse utilizado para uma 

atividade pedagógica, seria minimamente compreensível o seu uso. Isso posto, como seria 

uma aula de alfabetização com o dispositivo em questão? Teria um professor/tutor para 

cada criança? Duvido. 


Outrossim, a leitura pode ser menos gratificante para os alunos que estão 

acostumados a atividades mais estimulantes. Isso pode levar a uma diminuição do 

interesse pela leitura e, consequentemente, a um declínio na capacidade de leitura e 

compreensão.


Portanto, é importante que os pais e professores estejam atentos ao uso de celular 

por crianças (e adolescentes). É importante que eles incentivem a leitura de livros e outros 

textos, que limitem o uso de celular para atividades de lazer. Se possível, monitorar ao 

máximo o dispositivo, recomendo a disponibilização de E-books (livros eletrônicos) para 

os já alfabetizados, como, por exemplo, contos literários, e com a devida orientação. Fora 

isso, ainda estamos muito distantes de uma tecnologia que acabe com esse problema.


Este texto foi escrito antes da aprovação pelo Congresso Nacional da Lei n.º 15.100, de 13 de janeiro de 2025, sancionada por sua excelência, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O texto ora publicado foi resultado de discussões na turma 01 da disciplina Fundamentos para o Ensino de Alfabetização, ministrada pela Prof.ᵃ Dr.ᵃ Raquel Meister Ko. Freitag, no Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe-UFS. A leitura servirá como apoio para possíveis propostas do uso consciente e pedagógico em sala de aula, defendendo a exclusão de uso para toda a primeira etapa do ensino fundamental. 


A integra da lei pode ser acessada neste link: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2025/lei-15100-13-janeiro-2025-796892-publicacaooriginal-174094-pl.html 


O Ministério da Educação lançou guias que podem ajudar neste processo: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2025/janeiro/mec-lanca-guias-para-orientar-o-uso-de-celulares-na-escola 


Cleno Vieira é graduando do curso de licenciatura em Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe. Recebeu em fevereiro de 2024 o título de Cidadania Propriaense, do projeto de Decreto Legislativo nº 07 de 2021. Membro do Centro de Cultura de Propriá - CCP, acadêmico eleito para a cadeira nº 20 da APLCAD, cuja patrona é a Maestrina Odette Silva.


http://lattes.cnpq.br/9744912843751509 


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7 de dez. de 2024

Resenha Crítica - Livro: Um batim nas memórias de um menino propriaense, AMORIM, José Alberto.

 Resenha Crítica - Livro: Um batim nas memórias de um menino propriaense, AMORIM, José Alberto.                                                                                                                                                                  


                                                    

Lançado em 2020 pela editora Performance de Arapiraca - AL e escrito por José Alberto Amorim, professor, historiador, membro fundador e  ex-presidente do CCP (Centro de Cultura de Propriá), graduado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Polo Propriá (2009), pós graduado em História da África e das Culturas Afro-Brasileiras pela Faculdade Atlântico, Aracaju - SE (2012), que durante muito tempo contou suas histórias e memórias no programa radiofônico e nos encontros de seu centro, que versa sobre o tema do presente livro a ser resenhado. Ademais, o livro tem prefácio de Iokanaan Santana, protético, poeta e ex-prefeito da cidade de Propriá, além de comentário do professor e escritor Ronaldo Pereira Lima.                                                                                                                        

Um batim nas memórias de um menino proprianese possui 156 páginas e divide-se em agradecimentos, prefácio, sumário, 46 capítulos, além de biografia do autor, há nele 23 apêndices, para ajudar ao leitor se familiarizar com os termos e expressões inerentes a região baixo são-francisquense. Em seu título, a obra em questão já instiga o leitor a descobrir o que venha a significar “um batim” e aprimorar o conhecimento histórico-cultural sobre a princesinha do Baixo São Francisco, um verdadeiro navegar/mergulhar em busca do passado desta cidade. Ainda que seja este um livro de cunho histórico-memorialista, a obra é importante para o município ribeirinho, pois ao relatar os tempos áureos da sua cidade o livro faz com que os leitores da mesma faixa etária de seu escritor recordem aquilo que lhes fora especial no passado e ajuda aos jovens leitores compreenderem parte do curso histórico de sua localidade.                                                                                                                                                                        

A obra de forma geral traz memórias narrativas de um menino que vivera na cidade de Propriá, localizada no Estado de Sergipe. Em seu primeiro e importante capítulo, o autor buscou através de lembranças, recordações de seu tempo de criança, valorizar o papel social de sua avó na ajuda de sua criação e demais parentes, Dona Querubina, personagem destaque   deste capítulo, que era filha de uma indígena do munícipio de Penedo-AL, porém nascera em Japoatã-SE, sem dúvidas uma pessoa com muita riqueza cultural a ser extraída pelo seu neto e autor José Alberto, assim como os leitores. Foram relatados detalhes de uma vida cotidiana em meados da década de 60, algumas características são indispensáveis, como por exemplo a preparação da alimentação, mesmo que rudimentar era preparada de maneira especial, fazendo com que aquela fosse uma refeição importante, seja no café da manhã, com o “teimosinho” (cuscuz de milho da época em questão) no almoço, na merenda da tarde ou até mesmo na janta, que com apenas uma iguaria/fruta manga supria a criançada. Igualmente se deu a narração dos demais capítulos.                                                                                                              

Seu personagem principal, narrador e escritor da obra, como toda criança em idade, frequentava a escola, este fato é tema de um de seus capítulos, a escola de dona Rosinha o Educandário Coração de Jesus, localizado até os dias atuais no entorno da Catedral diocesana de Propriá, Amorim passou por esse período e resgatou fatos que lhe marcaram, como por exemplo o castigo por faltar a missa, “ficar em pé com a face virada para a parede rezando inúmeros pai nosso e ave maria”. Percebe-se que o autor procurou trazer o máximo de riqueza de detalhes de seu tempo de criança, ao relatar tais fatos, ele enaltece a grandeza que sua cidade já demonstrava. Esta experiência partilhada se assemelha a sentida pelos demais cidadãos que viveram aquela época, ou ouviram falar.                                                                          

Partindo do ponto de vista artístico literário, desde a elaboração de sua capa a imagem que fecha a obra, é de se considerar como um trabalho rico e excelente nos diversos sentidos que um bom livro pode trazer, cada capítulo traz uma imagem que ajuda o leitor imaginar como era a cidade no momento do fato, os artistas que o confeccionaram foram competentes ao máximo, porém convém dizer que algumas das imagens produzidas poderiam ser coloridas, fazendo com que a leitura ganhasse um pouco mais de vida, universalizando assim a obra àqueles que possuem algum tipo de deficiência visual/auditiva.                                                 

Ainda foi possível constatar uma procura incessante do escritor em ligar os fatos a conjuntura nacional, o seu capítulo IV trouxe com riqueza de detalhes como se dera a chegada da ditadura militar ao município, desde a chegada de alguns militares para destituir o poder até a procura de políticos a serem levados pela guarnição, o menino observador entrou em ação, na procura de relatar um fato histórico de tamanha importância para as gerações futuras, somente depois deste livro, o acervo escrito de Propriá registrou maravilhosamente o golpe de 64.                                                                                                                                                        

Com formato de texto prosador, a obra além de contar as memórias de um menino conversa com o leitor acerca da estagnação em diversos sentidos da cidade que é espaço do livro, cada capítulo faz menção de como era determinada coisa na cidade e o próprio leitor pode fazer inferências de como ela se encontra nos dias atuais. O livro poderia trazer imagens de acervo público de prédios antigos da cidade e assim fazer algumas referências históricas do município.                                                                                           

Ademais, uma característica visível em todos os capítulos foi a de colocar um pouco de sua emoção ao rememorar seu passado, assim também acontece com o leitor, basta apenas ter um laço de afinidade com o munícipio, seja por força da natureza ou do tempo, indubitavelmente, aqueles que quiserem voltar ao passado encontrarão uma verdadeira máquina que levará a épocas distintas da cidade, uma narração clara e acessível a todo público que venha se a interessar pela obra, sempre ou quase na primeira pessoa do singular, dispensando uma linguagem rebuscada o livro é um autêntico manual histórico-social, um convite a mergulhar nas histórias da princesa do Baixo, sendo assim é viável a recomendação de sua leitura bem como do compartilhamento de sua existência, esta é, em todo caso recomendada, porém é interessante que se tenha um certo conhecimento prévio de algumas informações a respeito da cidade.                                                                                                                                                                                                                                                    
Escrito e resenhado por Cleno dos Santos Vieira, cidadão honorário de Propriá, acadêmico do curso de Letras Vernáculas na Universidade Federal de Sergipe - UFS, poeta e amante da princesinha do São Francisco.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   Propriá-SE, 16 de dezembro de 2021
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2 de dez. de 2024

Manifesto Poesia de Cada Dia


No Pão de Açúcar 

De Cada Dia

Dai-nos Senhor

A Poesia

de Cada Dia.

("Escapulário" - Oswald de Andrade, Pau-brasil, 1925.)


A poesia existe nas expressões cotidianas. No Bom Jesus dos Navegantes. No Pôr do Sol visto da Orla ribeirinha em sintonia com a paisagem maravilhosa de nosso Rio. Sim. Tem poesia no mundo. No canto da torcida quando o seu time é campeão. Na cantoria da lavadeira ou do agricultor. Na alegria de um menino que sonha em ser jogador e ganha uma bola de futebol ou de uma menina que sonha em ser cantora sertaneja e ganha um violão. 

Poesia não é só estética, não é estática e não se aprisiona. A poesia é uma das expressões mais singelas, livres e naturais que temos. Poesia é inexata, ilógica, abstrata, fantasiosa, não é útil, pois não é prática, a poesia não são as quatro operações básicas, ela não tem tamanho, não se mede, não se calcula, a poesia é infinita e não está só nos livros. Tem muita poesia no mundo. 

Nas ruas, nos bares, nas praças, nos campos, nas escolas, universidades, nos olhos de uma criança, na palavra amiga, nas declarações de amor, na natureza, nos muros da cidade. 

A poesia é para todos. Chega de poesia para a burguesia! 

Estou farto de poesia para poetas, poesia para críticos, poesia para especialistas. Poesia não se explica! Poesia se sente tal como o amor. Ela não é só métrica, rima e figuras de linguagem, não se resume a ficar preso a uma só perspectiva. Não. A poesia é expressão, ela vai além, é o nosso sentimento posto para fora em versos. Muitos se prendem à forma, esquecendo-se do conteúdo e veem a poesia como uma fórmula matemática que precisa ser estudada e memorizada. Mas não. Eu conheço poetas, homens e mulheres, que nem escrevem. Mas quando abrem a boca pra falar, eu ouço poesia. Literatura popular!

Tem poesia nas favelas, nas feiras, nas procissões. Seja na boca de um doutor de Literatura ou na boca de um comerciante vendedor de batatas, lá está ela! Eu quero a poesia do povo. A poesia de cada dia.

“Nós não lemos e escrevemos poesia, porque é bonito. Nós lemos e escrevemos poesia, porque pertencemos a raça humana e a raça humana está cheia de paixãoMEDICINA, DIREITO, ENGENHARIA, são ambições nobres, necessárias para manter a vida, mas poesia, beleza, romance, amor, é pra isso que ficamos vivos.” (John Keating, Sociedade dos Poetas Mortos, 1989)

Muita gente me diz que não gosta de Literatura como se a literatura só estivesse ligada aos livros. Eu digo “meu amigo, teu problema é com a leitura e não com a literatura.” 

Você gosta de ouvir Racionais? Gabriel O Pensador? Charlie Brown Jr? Já ouviu Renato Russo? Djavan? Belchior? Raul Seixas? Gosta de Alceu Valença? Zé Ramalho? Marisa Monte? Cássia Eller? Ana Carolina? Seu Jorge? Cazuza? Já dançou ao som do Tim Maia? 

Eu poderia ficar aqui o dia inteiro a mostrar pra você que Literatura não diz respeito só ao livro, mas a gente pode encontrar na música, no teatro, no cinema, numa conversa de bar.

Tem poesia no mundo e a gente precisa não só admirá-la, mas também senti-la.

Não vivemos sem ela como também não vivemos sem sonhar. Difícil viver neste mundo sem qualquer contato com a poesia. É uma necessidade nossa, este contato com algum tipo de fabulação. Assim como todos sonham de pé ou deitados, com os olhos abertos ou fechados, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo da fantasia.  

Tenho uma certa suspeita de que todos nós somos poetas. A criação ficcional ou poética está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito, desde uma anedota, HQ 's, notícia, canção popular, moda de viola, até o samba carnavalesco, frevo e maracatu. A poesia se manifesta universalmente desde o devaneio amoroso no ônibus até a atenção fixada na novela da TV, no videoclipe, ou na leitura seguida de um romance.

Todos nós gostamos de literatura e estamos envolvidos com ela seja através de criações de toque poético, ficcional ou dramático, leituras de fábulas, histórias em quadrinhos ou livros clássicos, pinturas, apresentações teatrais, dança e música. 

É esta a poesia que eu quero: A popular. A poesia de cada dia.

Autor: Ruan Vieira

Referências:  Semana da Arte Moderna, 1922. Sociedade dos Poetas Mortos, 1989.

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29 de nov. de 2024

Crônica - Burburinho na madrugada

  Crônica - Burburinho na madrugada


Dormia profundamente à meia noite, quando, de repente, a janela do meu quarto se abriu sob o efeito de uma ventania que me despertou e fui fechá-la depressa. Quis voltar a dormir, mas apareceu um barulho estranho vindo da rua que me incomodava, por ouvir gritos e risadas. O que estaria acontecendo lá fora? Eram quatro pessoas, pois as vozes se destacavam.

Fui até a janela da sala e vi que a manifestação era de pessoas com camisas de um partido político. Alguns seguravam bandeiras e um estava com um alto falante, tocando jungles de um candidato chamado Zé do hospital. Não pude me conter e caí na gargalhada, pois uma moça estava vestida de enfermeira e um rapaz com vestes de um paciente.

Quando já estavam subindo a ladeira da rua Prof. Lauro do Carmo, percebi que os quatro eleitores estavam indo no bar do Mané, que permanece aberto durante a madrugada nas eleições, mas o hospital não. Que situação, há quem diga que o Zé não perde a eleição.

Aquele encontro inusitado, no meio da noite, me fez refletir sobre a política e suas nuances. A imagem daqueles quatro amigos, com suas fantasias improvisadas, me pareceu uma metáfora da nossa democracia: às vezes colorida e barulhenta, outras vezes confusa e até mesmo um pouco cômica. E, no fim das contas, todos em busca de um lugar para se divertir e esquecer, por um instante, dos problemas do dia a dia.

A política, afinal, é feita de pessoas, com suas paixões, suas frustrações e suas esperanças. E, por mais que as campanhas eleitorais sejam marcadas por discursos inflamados e promessas grandiosas, a verdade é que a maioria de nós busca algo mais simples: um futuro melhor para nossas famílias e para o nosso país. E, quem sabe, um bom lugar para tomar uma cerveja depois de um dia de trabalho.


Magna Maria de Oliveira Ramos

Cleno Vieira



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