A função social do velho é lembrar e aconselhar
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0VznLdCBqK3wP80sjcC6Q7rNlQdon9YMzpCknjRAwdQjMuBEfrb5FwsVVIqhWZq1pM1_GhBs-1QJPECa0Z8lk6rsBgsJx05OIqrxkGjza9HBcrFmqt3Lrc1FKF0odvp9ZAvNa3oHQ49ErQhpK44wYrCAV6k-UQHmfnVGTYgRQOCt_w3oVaXMezc93gg/w417-h228/Eclea-Bosi.jpg)
Ecléa Bosi A função social do velho é lembrar e aconselhar – memini, moneo – unir o começo e o fim, ligando o que foi e o porvir. Mas a sociedade capitalista impede a lembrança, usa o braço servil do velho e recusa seus conselhos. Sociedade que, diria Espinosa, “não merece o nome de Cidade, mas o de servidão, solidão, barbárie”, a sociedade capitalista desarma o velho mobilizando mecanismos pelos quais oprime a velhice, destrói os apoios da memória e substitui a lembrança pela história oficial celebrativa. (...) Como se realiza a opressão da velhice? De múltiplas maneiras, algumas explicitamente brutais, outras tacitamente permitidas. Oprime-se o velho por intermédio de mecanismos institucionais visíveis (a burocracia da aposentadoria e dos asilos), por mecanismos psicológicos sutis e quase invisíveis (a tutelagem, a recusa do diálogo e da reciprocidade que forçam o velho a comportamentos repetitivos e monótonos, a tolerância de má-fé que, na realidade, é banimento e discriminação)