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6 de ago. de 2013

Plagiarius

O próprio título nos revela a sua origem gentílica. Então, nada melhor que recorrer   a História e a etimologia dessa palavra na antiga Roma. De acordo com O caderno de políticas culturais, do Ministério da Cultura, o plagiador surgiu neste contexto: 

“Plagiário vem do latim plagiarius. Era quem, na Antiga Roma, roubava escravos ou vendia como escravos indivíduos livres. O vocábulo tem sua origem na Lex Fabia ex plagiariis. A expressão foi trazida para o campo literário através de uma metáfora criada pelo poeta Marcial, que, no século I, comparou o roubo de versos de suas poesias pelo rival Fidentino a uma criança que tivesse caído nas mãos de um seqüestrador.173 Daí a explicação do desvio sofrido pelo vocábulo plagium na evolução etimológica. A expressão passou a significar, figurativamente, essa  apropriação fraudulenta. Plagiário, nos dias atuais, designa o salteador de uma criação intelectual”.

A citação é clara quando se refere ao surgimento do salteador de obra intelectual. Essa prática, além de ser criminosa; deve ser repudiada. Caso recente aconteceu com o escritor Moacir Scliar. A obra dele (Max e os felinos) foi plagiada pelo canadense Yann Martel que pulicou As aventuras de Pi. Além de praticar crimes contra o brasileiro, desdenhou deste. Assista ao vídeo e veja o que Scliar opina sobre esse episódio, triste e lamentável.
A prática plagiarium não está limitada a obras literárias. Ela se efetuou com intensidade na Internet, especificamente na blogosfera. Ao remar por vários blogs, percebo o Ctrl+C e Ctrl+V de forma clara sem o menor pudor. Como se isso não constituísse uma violação das Leis, da moral e da criação intelectual de quem os produziu. Para saber mais, acesse: blogosfera legalizada.
O que tem preocupado professores e especialistas é o fato de os alunos das principais faculdades e universidades brasileiras praticarem o que eles chamam de plágio acadêmico; classificado em integral, parcial e conceitual. Segundo Nery et. all, plágio acadêmico “(…) se configura quando um aluno retira, seja de livros ou da Internet, ideias, conceitos ou frases de outro autor – que as formulou e as publicou -, sem lhe dar o devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa”.
Os exemplos citados servem para que o leitor possa situar-se no tempo e no espaço. Para que se compreenda que a prática do plágio é desprezível e deve ser evitada. O assunto é abrangente e há farto material que trata dele. Pesquise, inteire-se e crie seus próprios textos.

Referências
Brasil. Ministério da Cultura. Direito autoral. – Brasília : Ministério da Cultura, 2006. 436 p. – (Coleção cadernos de políticas culturais ; v. 1)
NERY, Guilherme et All. Nem tudo que parece é: entenda o que é plágio. Niterói – RJ. Universidade Federal Fluminense, 2008-2010.
BRASIL. Lei de Direito Autoral (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998). Brasília, 1998.



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23 de mai. de 2013

Direitos do autor

Conhecer os direitos autorais é necessário. Não se o escritor seja jovem ou não, se pretende participar de concursos literários ou submeter seu original a uma editora. É bom está atento, pois, caso precise assinar algum tipo de contrato saiba o que está fazendo. Por isso, nada melhor que conhecer a definição desse Direito. Para Manso, direito autoral:

“(...) é o conjunto de prerrogativas de ordem patrimonial e de ordem não patrimonial atribuídas ao autor de obra intelectual que de, alguma maneira, satisfaça algum interesse cultural de natureza artística, científica, didática, religiosa, ou de mero entretenimento; que tais prerrogativas lhe são conferidas de leis especiais que as proclamaram; que tais prerrogativas consistem, em suma, num poder de utilização do seu produto intelectual, cabendo-lhe decidir se ele deve ou pode ser levado ao conhecimento do público em geral, ou de um público particular; de que maneira essa publicação será feita, para que fim pode dar-se sua publicação, e se a utilização autorizada deve ou não ser remunerada (...)”.

Esse direito constituem-se de um moral (ordem não patrimonial: criação) e um patrimonial (ordem patrimonial: pecuniário). O direito moral pertence exclusivamente ao autor, bem como patrimonial. No entanto, o autor pode ceder definitiva e temporariamente direitos sobre sua obra; desde que nelas apareceram seu nome como autor original vinculado à obra porque o Direito Moral é um bem inalienável e são irrenunciáveis.

Já o Direito Patrimonial em regra, tem como objeto um bem que esteja à disposição para ser comercializado, alienado e apropriado. Tratando-se de direitos autorais nascem quando o autor divulga ao público sua obra. Diferentemente do Moral que é inalienável, o bem patrimonial do autor é transferível em vida e em morte. Cessão dos direitos de uma obra pela modalidade intervivos
.
Os direitos autorais brasileiros estão elencados no art. 5º, XXVII, da Constituição Federal e na Leinº 9.610 de 1998. E não se dirige especificamente aos escritores, mas aos criadores de obras intelectuais de modo geral. Eles compreendem os direitos de autor e os que lhe são conexos.

É necessário que o jovem autor conheça com clareza esses conceito para que, ao participar de concursos literários, não caiam na tentação de plágio ou cause constrangimento jurídico relacionado à cessão de direitos a obra.

Por isso, os certames literários em seus regulamentos ou editais priorizam obras originais, inéditas. Isto implica dizer que essas obras não podem, nem devem ser plagiadas. Antes de se inscrever em qualquer concurso, leia cautelosamente. Se tiver dúvidas quanto a conceitos jurídicos, consulte um advogado.

Fonte:

MANSO, Eduardo J. Vieira. O que é direito autoral. São Paulo, Brasiliense, 1987.
Ministério da Cultura. Tire suas dúvidas sobre Direitos Autorais em nossa lista de perguntas mais frequentes.cultura. gov.br/site/2010/…/tira-duvidas/. Acesso em 10/10.
http://www.abdr.org.br/faq.html <acesso em 07 junho 2007>
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16 de abr. de 2013

Escreva seu romance

Eu gosto de compreender as palavras a partir de suas origens. Por isso, nada melhor que conhecermos a etimologia da palavra romance.
Há quem diga que esse termo pode ter se originado de romans, forma derivada da latina romanicus. No entanto, há outra corrente que defende que ela veio de romanço. Romanço era a língua falada pelos romanos nas regiões ocupadas por estes para diferenciar do latine loqui.
Nos dias atuais, a palavra romance possui um significado amplo e diverso, pois, tem estrutura própria e assim é definido por Aurélio:
“s.m. Literatura Narrativa em prosa, mais ou menos longa, na qual se relatam fatos imaginários (embora estruturados com verossimilhança), às vezes inspirados em histórias reais, cujo centro de interesse pode estar no relato de aventuras, no estudo de costumes ou tipos psicológicos, na crítica social etc.: ler um romance”.
Para escrevê-lo, é necessário conhecer as técnicas que o envolve e toda a sua estrutura. Nesse sentido, citarei os três pilares de [1]Inoue:
  • A Montagem da histporia que se constitui de apresentação do protagonista e dos principais coadjuvantes; estabelecimento da premissa da história, daquilo a que ela dis respeito e das circustâncias dramáticas que contornam a ação; ambientação e fortalecimento do personagem principal e apresentação do ponto mais importante da trama.
  • A Montagem do conflito é a exposição e desenvolvimento do ponto mais importante da trama; apresentação do segundo ponto mais importante; apresentação e exposição dos obstáculoos e confrontações para a resolução da trama; exposição e desenvolvimento do segundo ponto mais importante da trama; apresentação do terceiro ponto mais importante; apresentação do início das soluções encontradas pelo personagem principal e exposição e desenvolvimento do terceiro ponto mais importante da trama
  • E a Solução do conflito. Esta, por sua vez, é composta pelo desenvolvimento das soluções encontradas pelos personagem principal; premiação do bem; punição do Mal e risada final.
Como se pode observar nos pilares citados, a escrita de um romance segue todo um esquema para que sua existência seja possível.
Há vasto material na Internet tratando desse assunto. Deixarei alguns links, como estes: 7 dicas para escrever um romance; 5 passos para escrever um romance; Elementos de ficcao; Como escrever um romance em dois meses e um vídeo aula bacana da escritora Janaina Rico. Aprecie as dicas e quando estiver pronto, escreva seu romance.
Como escrever um romance
[1] INOUE, Ryoki. Vencendo o desafio de escrever um romance. São Paulo: Summus, 2007.
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29 de mar. de 2013

Novela literária


Quando se fala em novela, vem-se na cabeça aquelas exibidas pelos canais de maior alcance de público no Brasil. Mas as novelas, exigidas em concursos literários, não se relacionam com aquelas.
Para compreendermos esse gênero, nada melhor que conhecer seu conceito. A palavra é italiana (novella) e significa “notícia” ou “relato novelesco”.  O Aulete assim define o termo: “Gênero literário que consiste numa narrativa breve, de extensão entre o conto e o romance, sobre um acontecimento em torno do qual gira o enredo”.
Há quem afirme que os primórdios dela estejam relacionados com o Renascimento, especificamente com Giovanni Boccaccio (1313-1375) e seu Decamerão. Esta obra rompe com a literatura medieval, nomeadamente pelo seu cariz realista. No entanto, entre os séculos XVIII e XIX os escritores reconhecem a novela como estilo literário, regido por normas e preceitos.
A novela, para muitos, é um gênero intermediário entre o conto e o romance na qual toda a ação acompanha a trajetória de um único personagem. Sua quantidade de páginas gira em torno de 50 e 100. Isso equivale de 20 a 40 mil palavras. Nela, as ações se concentram nas concatenações individualizadas. A novela baseia-se num conflito e tudo mais tende para a conclusão. Apresenta uma maior economia de recursos narrativos; um maior desenvolvimento de enredo e personagens.  Ao contrário do conto, a novela evita longas descrições e dá prioridade à narração, ao diálogo e ao resumo.
A novela se estrutura em torno da ação, do tempo e espaço. A ação ou ações ocorre (m) no presente e sempre que necessário, recorre ao pretérito. O tempo, é claro, é o do calendário, do relógio, dos costumes, das épocas. O espaço, no entanto, está entrelaçado ao tempo e a sua pluralidade é o que importa, tornando-a distintiva. O uso da linguagem deve ser simples e clara, levando em conta a falava das personagens onde se passa a história principal e o local dos acontecimentos.
Portanto, a novela conta com vários enredos que a princípio parecem independentes, mas que, ao longo da narrativa, se ligam e se complementam.


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10 de mar. de 2013

Literatura Infantil

A literatura infantil pertence ao gênero narrativo, assim como o conto, a novela e o romance. Surgiu com Perrault em meados dos séculos XVII e XVIII, seguido dos irmãos Grimm, Andersen, Collodi e outros. No Brasil, Monteiro Lobato foi o pioneiro nesse gênero. 

Esse tipo de literatura se estendeu a poesia a partir do século XIX. Nomes como os de Cecília, Mário Quintana, José Paulo Paes e tantos outros foram destaque.

Não pretendo me estender em fatos históricos, nem discutir aspectos complexos desse gênero, mas propor dicas para aqueles que pretendem escrever esse tipo de texto para submetê-los a concursos literários.

A literatura infantil se destina a crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Por se tratar de uma narração ou poesia, os conceitos e dicas apresentadas neste blog serão úteis. Cabe ao escritor está atento a linguagem que vai utilizar, afinal de contas sua história ou poesia se destinará a um público específico.

Por isso, ela se classifica em Infantil ou Infantil/Juvenil. Os infantis se destinam a pré-leitores (Crianças com idade entre um a três anos), leitores iniciantes (crianças a partir de seis e sete anos) e leitores em processo (crianças entre oito e noves anos). Os infantojuvenis para leitores fluentes (a partir de dez a onze anos) e os juvenis para os críticos (a partir de doze e treze anos). 


Só como exemplo: o regulamento do concurso Barco a vapor promovido pelas Edições SM se inicia em novembro e se encerra em janeiro de cada ano, destinado a literatura infantil e juvenil. Ele leva em conta a faixa etária ou os estágios psicológicos de uma criança, descritos anteriormente. 

A estrutura da literatura infantil, enquanto texto narrativo, compõe-se de um narrador, o foco narrativo, a história que vai ser escrita, a efabulação, as personagens, o espaço, o tempo, a linguagem (este item é o mais importante, pois, o texto vai ser produzido para crianças, pré-adolescentes e adolescentes), leitor ou ouvinte. Quanto a poesia, segue a estrutura da rima, estrofação etc. 

· Conto
· Poesia

A literatura infantil e infantil juvenil ganhou reconhecimento internacional por causa de sua importância literária para esse tipo de público. É tão relevante que foi criado o prêmio Hans Christian Andersen (espécie de Nobel) nessa categoria. O prêmio é mundial, acontece de dois em dois anos e é oferecido pela organização "Internacional Board on Books for Young People”. Escritoras como Ana Maria Machado e Lígia Bojunga já foram premiadas.

Referência
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
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26 de fev. de 2013

Gênero Lírico: a poesia


"(...) uma manifestação cultural, criativa, expressiva do homem. Não se trata de um 'estado emotivo', do deslumbre de um pôr-do-sol ou de uma dor-de-cotovelo; é muito mais do que isso, é uma forma de conhecimento intuitivo, nunca podendo ser confundido o termo poesia com outro correlato: o poema".

Assis Brasil

A este tipo de gênero pertencem várias poesias, indo da Ode até a Satírica, incluindo as formas livres e fixas. Não quero adentrar em definições, nem aos aspectos históricos em que cada uma delas estão inseridas, mas sugerir dicas para aqueles que pretendem participar de certames literários. Então, nada melhor que conhecer as principais características de um poema, extraído do livro [1]Português: linguagens de Cereja e Magalhães. São elas:
  •   Geralmente é construído em verso; 
  • Os versos podem ser agrupados em uma ou mais estrofes;
  • Explora a musicalidade e o ritmo das palavras 
  • Frequentemente são empregadas figuras de linguagem com a intenção de criar efeitos de som e de sentido; 
  • Pode apresentar rima no final ou no interior dos versos; 
  • Pode ou não empregar recursos sonoros, como a aliteração, a assonância, a paronomásia, o paralelismo;
  • Pode apresentar imagens e recursos gráficos e visuais.

É necessário, também, conhecer os recurso musicais que os versos exigem, tais como: a métrica, o ritmo e a rima. Para saber mais, acesse estes links:


E para concluir, nada melhor que citar Elias José: “[2]A poesia está nas palavras bem usadas, na musicalidade conseguida, no que o autor nos diz e como diz”.



[1] CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens: volume único. São Paulo: Atual, 2003.
[2] JOSÉ, Elias. A poesia pede passagem: um guia para levar a poesia às escola. São Paulo: Paulus, 2003.
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15 de fev. de 2013

Gênero literário: o conto


1Porque cada conto traz um compromisso selado com sua origem: a da estória. E com o modo de se contar a estória: é uma forma breve. E com o modo pelo qual se constrói este seu jeito de ser, economizando meios narrativos, mediante contração de impulsos, condensação de recursos, tensão das fibras do narrar”. (GOTLIB, 2006:82).
Escrever sobre o conto não é nada fácil, pois, há quem ache que ele se inicia com os mitos e tornou-se flexível a ponto de ser confundido com outros gêneros literários, como a crônica, por exemplo. Procurarei ser mais claro possível e objetivo, pois, não pretendo me alongar em um assunto que confunde até especialistas.
Contar, verbo que indica ação, não se resume ao ator de narrar, nem de descrever; mas inventar. Por isso, não se compromete com o evento real de uma ação porque a ficção é o que importa, o valor artístico e criativo do autor. Para Gotlib (2010:12) “o conto, no entanto, não se refere só ao acontecido. Não tem compromisso com o evento real. Nele, realidade e ficção não têm limites. Um relato, copia-se; um conto, inventa-se, afirma Raúl Castagnino”.
O conto é uma redação ficcional. Como tal, segue o modelo clássico contendo o início (a apresentação), o meio (complicação, evolução e clímax) e o fim (solução ou desfecho). Para escrevê-lo, deixe a sua imaginação fruir e não a impeça. Depois, aplique os conhecimentos técnicos, i. é, a clareza, a concisão e a coerência para que a sua história possa se amoldar as características desse texto literário.
Escrita a história, aplicado os conhecimentos técnicos, é hora de escolher um título adequado, sutil que atraia a atenção do leitor. Pensando em tudo que foi escrito, deixo alguns links contendo dicas úteis para a criação de um bom conto: Estrutura do conto; Característica gerais do conto; Teses sobre o conto; O que é o conto.
1 GOTLIB, Nádia Batella. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 2006. - (princípios; 2).
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3 de fev. de 2013

Gêneros Literários

A palavra “gênero”, no contexto literário, possui um significado amplo e diverso. Os próprios teóricos que o digam, pois, há entre eles controvérsia quanto a classificação dos gêneros.

Mesmo diante dessas controvérsias, eles classificam os gêneros literários em: Lírico (poético), Dramático (teatro) e Épico (narrativo).
Para [1]Coelho o conceito de gênero literário se define assim:
Gênero (ou forma geradora) é a expressão estética de determinada experiência humana de caráter universal; a vivência lírica (o eu mergulhado em suas próprias emoções), cuja expressão essencial é a poesia; a vivência épica (o eu em relação com o outro, com o mundo social), cuja expressão natural é a prosa, a ficção; e a vivência dramática (o eu entregue ao espetáculo da vida, no qual ele próprio é personagem), cuja expressão básica é o diálogo, a representação, isto é, o teatro. (Coelho, 2000:163)
A definição de Coelho e as classificações dos gêneros textuais não serão estendidas aqui, pois, abordarei somente os gêneros literários mais comuns nos editais e regulamentos literários. Então, iniciaremos falando sobre a crônica, a que gênero pertence e sua utilidade social.

A crônica se enquadra no gênero narrativo. Etimologicamente está ligada ao tempo, isto é, ao cotidiano.

Elas são comumente encontradas nos jornais, revistas, blogs e sites. Seus objetivos são o entretenimento e a reflexão sobre determinado assunto. Por ser flexível, muitas vezes é confundida com o conto, memórias e outras formas textuais.

Para que a crônica não possa ser confundida com outras formas de textos narrativos, transcrevo as suas características citando [2]Alves, que diz:
1) Apresentação de um fato qualquer, colhido do noticiário do jornal ou do cotidiano;
2) Visão pessoal do cronista (subjetiva, mais abrangente, muito além do fato, produção curta, apessada);
3) Linguagem descompromissada, coloquial, muito próximo do leitor;
4) Diz coisas sérias, por meio de uma aparente conversa fiada;
5) Explora o humor, faz poesia de coisa banal.

E para que uma crônica se torne literária, é necessário que o cronista se utilize dos recursos da língua, ou seja, use as figuras de linguagem.

No próximo, falaremos sobre o conto.

[1] COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1ª Ed. – São Paulo: Moderna, 2000.
[2] ALVES, Clair. A arte de escrever bem. 4ª Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.











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23 de jan. de 2013

Diferença entre edital e regulamento literário


O edital é o principal instrumento legal que rege o concurso público ou seleção pública, contendo as regras conforme as disposições legais pertinentes. Quaisquer alterações nas regras fixadas no edital somente poderão ser feitas por meio de outro edital.


O Edital literário se diferencia do regulamento pelos seguintes motivos: enquanto aquele pertence aos Atos Gerais do Direito Administrativo, este não está preso as formalidades da lei e pode ser estabelecido por pessoas físicas ou jurídicas.

Quando o edital é elaborado, primeiramente é publicado no diário oficial nas instâncias federal, estadual e municipal a que pertence o órgão promotor do certame, seguindo o princípio da publicidade.

As primeiras características que o candidato se defronta nele são: a numeração do edital, seguido do ano e do órgão ao qual está vinculado, a impessoalidade, a clareza, a concisão, a formalidade, o uso padrão da linguagem e a uniformidade, pois, trata-se de uma redação oficial. Além disso, destaca a origem dos recursos que devem está previsto em lei orçamentário. Só como exemplo (muitos são os editais), citarei um trecho do Concurso Público Literatura para Todos, promovido pela Secad/MEC que diz” (…) no uso de suas atribuições e nos termos da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993 (...)”.

Note que o edital usou a expressão “uso de suas atribuições”, referindo-se ao poder que a lei mencionada outorgou ao secretário da Secad para promover aquele concurso. Existem outros que, além de seguir as regras mencionadas, exigem que sejam feitos projetos; como é o caso da Funarte (Fundação Nacional de Artes) que oferece bolsas para criação literária. Nestes, os inscritos são denominados de proponentes e os projetos devem conter apresentação, objetivos, justificativas, cronograma etc.

Já o regulamento, elaborado por pessoa física ou jurídica, não se submete ao rigor das Leis por ser financiado por particulares. É o caso da Editora Saraiva que criou o selo Prêmio Benvirá de Literatura de Ficção. Seu regulamento não precisa ser publicado em um diário oficial, não necessita justificar o financiamento da premiação. Precisa apenas que seja publicado nos meios de comunicação, nas redes sociais e outros sites de interesse cultural. Assim como ela, muitas empresas particulares tem incentivado os autores de todo o país promovendo esse tipo de certame. É claro que essas iniciativas tem incentivo do governo, pois, o dinheiro do financiamento é deduzido do Imposto de Renda através da Lei Rouanet.

Antes de o candidato optar por um ou outro, faz-se necessário ler criteriosamente o que neles está escrito para evitar aborrecimentos, constrangimentos. E ter em mente que o edital literário para ser publicado deve está previsto em lei, enquanto o regulamento dispensa os trâmites dela.

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