Plagiarius

O próprio título nos revela a sua origem gentílica. Então, nada melhor que recorrer   a História e a etimologia dessa palavra na antiga Roma. De acordo com O caderno de políticas culturais, do Ministério da Cultura, o plagiador surgiu neste contexto: 

“Plagiário vem do latim plagiarius. Era quem, na Antiga Roma, roubava escravos ou vendia como escravos indivíduos livres. O vocábulo tem sua origem na Lex Fabia ex plagiariis. A expressão foi trazida para o campo literário através de uma metáfora criada pelo poeta Marcial, que, no século I, comparou o roubo de versos de suas poesias pelo rival Fidentino a uma criança que tivesse caído nas mãos de um seqüestrador.173 Daí a explicação do desvio sofrido pelo vocábulo plagium na evolução etimológica. A expressão passou a significar, figurativamente, essa  apropriação fraudulenta. Plagiário, nos dias atuais, designa o salteador de uma criação intelectual”.

A citação é clara quando se refere ao surgimento do salteador de obra intelectual. Essa prática, além de ser criminosa; deve ser repudiada. Caso recente aconteceu com o escritor Moacir Scliar. A obra dele (Max e os felinos) foi plagiada pelo canadense Yann Martel que pulicou As aventuras de Pi. Além de praticar crimes contra o brasileiro, desdenhou deste. Assista ao vídeo e veja o que Scliar opina sobre esse episódio, triste e lamentável.
A prática plagiarium não está limitada a obras literárias. Ela se efetuou com intensidade na Internet, especificamente na blogosfera. Ao remar por vários blogs, percebo o Ctrl+C e Ctrl+V de forma clara sem o menor pudor. Como se isso não constituísse uma violação das Leis, da moral e da criação intelectual de quem os produziu. Para saber mais, acesse: blogosfera legalizada.
O que tem preocupado professores e especialistas é o fato de os alunos das principais faculdades e universidades brasileiras praticarem o que eles chamam de plágio acadêmico; classificado em integral, parcial e conceitual. Segundo Nery et. all, plágio acadêmico “(…) se configura quando um aluno retira, seja de livros ou da Internet, ideias, conceitos ou frases de outro autor – que as formulou e as publicou -, sem lhe dar o devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa”.
Os exemplos citados servem para que o leitor possa situar-se no tempo e no espaço. Para que se compreenda que a prática do plágio é desprezível e deve ser evitada. O assunto é abrangente e há farto material que trata dele. Pesquise, inteire-se e crie seus próprios textos.

Referências
Brasil. Ministério da Cultura. Direito autoral. – Brasília : Ministério da Cultura, 2006. 436 p. – (Coleção cadernos de políticas culturais ; v. 1)
NERY, Guilherme et All. Nem tudo que parece é: entenda o que é plágio. Niterói – RJ. Universidade Federal Fluminense, 2008-2010.
BRASIL. Lei de Direito Autoral (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998). Brasília, 1998.



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