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22 de jun. de 2024

São João no Nordeste

 


São João no Nordeste

É cultura e tradição

Tem muita festa da boa 

Pra gente curtir e rir à toa

Ao som do Rei do Baião


No São João do Nordeste

Tem brincadeira e emoção

Corrida de saco, cabo de guerra, tiro ao alvo

Pescaria, pular fogueira, estourar balão 

O que não falta é alegria pra completar a diversão


Nós aqui do Sertão,

Se deixar, dança noite e dia 

E cantarola de hora em hora

“Viva São João, Viva São Pedro

Viva, viva, viva, Maria!” 2x


Ao som do forró Pé de Serra

Triângulo, Sanfona, Xote e Baião

Ouvindo Flávio José, Elba Ramalho,

Aldemário, Dominguinhos, Gonzagão

O que não falta é música boa pra dançar no São João 


E no São João do Nordeste

Também tem comida de montão

É rapadura, pamonha, canjica, bolo típico, mandioca

Pé de moleque, milho assado e cozido, cocada e paçoca

O que não falta é comida, deixe de reclamação!


Se você estiver sem par

Arranje logo, gota serena!

Que é pra curtir o Arraiá

Beber, comer, conversar

Dançar agarradinho com uma linda morena


Pois isso aqui é Nordeste

E dele eu não abro mão 

Terra de mulher bonita e cabra da peste

Não tem comparação

Quem tá fora, quer entrar; Mas quem tá dentro, não sai não!


E viva o São João!


Ruan Vieira

(Poema escrito em homenagem ao meu Nordeste celebrando a melhor época do ano: o São João)

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28 de mar. de 2024

Alô, Princesa do São Francisco (Poesia)


Propriá do São Francisco continua linda

Propriá do Velho Chico continua sendo

a Princesinha de Sergipe, Urubu de Baixo


Alô, alô, Bairro América

Aquele abraço

Alô torcida do América

Aquele abraço


Alô, alô, Opará

Aquele abraço

Alô, alô, Propriá

Aquele abraço


Bom Jesus dos Navegantes continua sendo

Principal atração turística

que encanta a massa

Juntando gente fina, por onde ele passa 

Continua alimentando

a fé de um povo guerreiro


Alô, alô, gente fina 

Povo guerreiro

Alô, alô, Santo Antônio

Nosso padroeiro 

Alô, alô, seu Pimpolho

Velho palhaço

Alô, alô, Dona Rosinha

Aquele abraço


Alô, moça da favela

Aquele abraço

Todo mundo da Capela

Aquele abraço

Todo mês de fevereiro

Aniversário

Alô Filarmônica Santo Antônio

Aquele abraço


Meu caminho pelo mundo

Eu mesmo traço

Meu Sergipe já me deu

Ginga e compasso

Quem sabe de mim sou eu

Aquele abraço

Pra você que me esqueceu

Aquele abraço

Alô, Princesa do Francisco

Aquele abraço

Todo povo ribeirinho

Aquele abraço.


(Poema-paródia da música “Aquele abraço” de Gilberto Gil, escrito, por Ruan Vieira, no 05.02.2024, em homenagem ao aniversário de 222 anos da cidade de Propriá/SE)

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8 de dez. de 2023

A Carne mais barata do Brasil

(Pobres e os ossos. Por Duke.)


Dormi de barriga vazia 

e acordei com fome. 

Levantei e fui até a cozinha; 

procurei por comida no armário… 

estava vazio, 

Abri a geladeira, não tinha nada 

Só gelo, só gelo. 

Decidi sair e fui até o comércio 

Saí de mãos vazias, 

Igual eu vim ao mundo, 

De mãos abanando. 

Eu passei pela rua do açougue 

e vi escrito em letras grandes 

"A carne mais barata do mercado é a carne pobre" 

Uma paráfrase, uma paródia? 

Não consegui lembrar; 

Estava faminto, tremendo 

Nervoso, já quase desmaiando. 

Mas fiquei surpreso com a fila de gente 

Pensei: Esse povo todo pra comprar carne? 

Eu estava enganado. Eles não foram comprar, 

Foram pedir, assim como eu; 

Estavam famintos, passando mal 

Estavam envergonhados, constrangidos; 

Mas a fome que é obscena 

Já dizia um pensador...  

Se era pra eu sentir vergonha, não senti; 

Diante de tanta gente na mesma desgraça 

Eu senti foi medo e quase caí em desespero 

E se não sobrar pra mim? 

E se não sobrar pra mim? - eu me perguntava.

Então corri, furei fila e comecei a gritar: 

Moço, um pedaço de carne, por favor! 

Moço, um pedaço de carne, por favor! 

O açougueiro me questionou: 

Você vai querer de qual? 

Tem de boi, de porco e tem a carne mais barata do Brasil 

Eu já fui respondendo: 

Eu não tenho dinheiro, eu só tenho fome 

Me dê a mais barata, me dê a mais barata! 

E o homem me olhando com um olhar penoso 

e sem graça, me disse: 

Moço, só tem osso 

Moço, só tem osso. 


Poesia satírica publicada na Antologia "Brasil Errante" disponível na Amazon

(https://a.co/d/gVCt2lG)

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4 de jun. de 2023

Uma homenagem à Propriá em forma de Poesia

 


Estrela Formosa
Autor: Ruan Vieira 

Fundada em 7 de fevereiro de 1802
Às margens de um Rio sagrado
Vivendo da pesca e do plantio do arroz
A cidade foi crescendo por todo lado

Com teu belo Rio a embelezar
Trazendo turismo e muita riqueza
Foi-se nascendo a tímida Propriá
Que doravante viria a ser Princesa

A princesinha do São Francisco!
Assim ela ficou conhecida; 
Pela beleza da tua Orla, do teu Rio 
Jamais há de ser esquecida

Cidade do Bom Jesus 
Da Catedral e da alegria 
Da fé que nos conduz
No caminho da harmonia

Cidade do Velho Chico 
Com Santo Antônio padroeiro 
Princesinha do São Francisco 
Repleta de um povo guerreiro

Filha de Sergipe, a famosa
Nos encanta a tua luz a brilhar
Da natureza, o teu céu cor de rosa
Faz de ti mais bela, Propriá

Quem te conhece, há de se lembrar
De como tu és formosa;
Quem por aqui passa, quer ficar
Nesta cidade maravilhosa:
Salve! Salve! Propriá.

(Poema escrito em 05/02/2023 em homenagem à cidade de Propriá, celebrando os seus 221 anos em 07/02/2023)
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22 de out. de 2019

Velas Náufragas

Diego Mendes Sousa
A obra "Velas náufragas" (Editora Penalux, 2019) de Diego Mendes Sousa é um epilírico dividida em duas partes: "Alma litorânea" e "Coração costeiro". Herdeira da "Mensagem" do poeta português Fernando Pessoa, "Velas náufragas" é uma arrebatada devoção ao mar e à natureza. A poesia de Diego Mendes Sousa é
vertical e instaura as palavras com a força do sentimento, que guarda também a memória e a infância. O poeta piauiense canta a terra natal, Parnaíba, santuário do Delta do Rio Parnaíba, e inventa um universo paralelo chamado Altaíba, com "seres aladinos", como quer a magia e o testamento desse notável poeta. Extremamente simbólica e barroca, apesar de os versos serem livres, brancos e em desordem aparente, a poesia crescida na visão peculiar de Diego Mendes Sousa ressucita a metáfora do tempo e a profusão dos sonhos, pois os seus versos são doídos e são anímicos. São também sonoros e imagéticos. Poesia cuja grandeza está na universalidade de ser telúrica e espantosamente inovadora. Os cantos e as líricas de "Velas náufragas" tomam, de imediato, o seu leitor de assalto, porque a sua linguagem é de raiz, provocante, bela e inusitada; pura invenção interior e espelho de uma alma que "possui terra dentro", como ressalta o Imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Carlos Nejar, na leitura de contracapa do livro "Velas náufragas".

Deguste devargazinho este poema do Diego como se estive às margens do algum rio ou n'alguma praia:

Ser Dor Mar
Cosmonave de um coração costeiro
que navega na preamar da dor
na maré do amor
no mar do ser
meu alterego
a dor-mar
a domar
os sargaços
de um sal salgado
de um sol solstício
de uma lua lunática
que passa na alma
de enseada
Meu coração aberto
nas praias do sonho
litoral de aberturas
ao mundo

SOUSA, Diego Mendes. "Ser dor mar". In:_____. "Opus II: Coração Costeiro". In:_____. Velas náufragas. Guaratinguetá, SP.: Penalux, 2019.

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31 de mar. de 2017

Descortinado Luar

Jane Guimarães



Exuberante luar de mistérios,
encanto prateado, rainha da noite.
Senhora dos sonhos descortinados
germina poesia.


Lua desnuda reflete a beleza,
fulgurante brilho celestial incandescente.
Ressoam eternos murmúrios dos amantes.


Vale teu sono a noite inteira
e retorno de um amanhecer.
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9 de set. de 2011

Dualismo

Se não houver uma conscientização coletiva no fazer político

Se a contradição da facilidade e das exigências políticas não forem desfeitas

Se o voto continuar na balança e a sociedade não se organizar em núcleos de reeducação política

Se a expressão “rouba, mas faz” não for excluída

Se o convencimento pueril de que a corrupção é um elemento cultural

O estardalhaço midiático só venderá

As crônicas não chegarão aos mais simples

E o poder nunca virá do povo, mas de uma relação comercial
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14 de jan. de 2011

Biana

Uma boca tão linda

Mas cancerígena

Uma pele tão suave

Mas cheia de fumaça

Às mãos tão macias

Mas cheias de nicotina

A roupa que era tão

Mas tão cheia de fumaça

A vida cheirando a câncer
A fumaça.
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3 de jan. de 2010

Sobre a vida

É asfixiada na massa, fixa n`alma.
É o vento das antíteses.
É a tese do nada.
Bendita vida que passa.
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14 de out. de 2009

O analfabeto político

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.

Bertold Brecht, alemão, 1898-1956
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8 de ago. de 2008

A menina que passa


Lá vai a menina que passa
E os meus olhos que pregam uma peça em frente da praça
Lá vai todo o encanto
Que é livre quando canto ao meu amor
E todos olham na praça
Que eu, passo a passo, vou com pressa.
Lá vão os meus pensamentos
Todo mágico, todo humano
Que foge e se abafa de tanto lamento

Lá vai o meu sorriso com o vento
Com cara de bento
E uma angústia por dentro
Lá vai, lá vai e as minhas lágrimas
Não vão, e você menina, lá vai.

Lá vou eu,
Com a menina que passa,
As mãos que passam e os pensamentos que montam uma peça
No meio da praça.
Não me peça menina que passa, a minha face
E todos te olham e me olham.
Mas entendam: ela é a menina que passa com muita pressa pela praça


(LIMA, Ronaldo Pereira de et all. O lugar da poesia e da prosa: Antologia, pp. 22-23. Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2008).
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22 de jul. de 2008

Meninos de algodão

Pense nos meninos rotos
Que sonham com bolas douradas
Pensem nos raimundos
Que sonham com algodão doce
Pensem, pensem


Olhem quanto doce branco há no céu
Olhem para os meninos
Que não tem céu

Pensem na bola que rola
Nas bolas douradas de sorvete
Que bóiam no céu

Olhem para o raio do mundo
Meninos no corpo, mas pés no chão

(LIMA, Ronaldo Pereira de Lima. Agonia Urbana. Rio de Janeiro, CBJE, 2008)
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