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Mostrando postagens com o rótulo Poesia

Alô, Princesa do São Francisco (Poesia)

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Propriá do São Francisco continua linda Propriá do Velho Chico continua sendo a Princesinha de Sergipe, Urubu de Baixo Alô, alô, Bairro América Aquele abraço Alô torcida do América Aquele abraço Alô, alô, Opará Aquele abraço Alô, alô, Propriá Aquele abraço Bom Jesus dos Navegantes continua sendo Principal atração turística que encanta a massa Juntando gente fina, por onde ele passa  Continua alimentando a fé de um povo guerreiro Alô, alô, gente fina  Povo guerreiro Alô, alô, Santo Antônio Nosso padroeiro  Alô, alô, seu Pimpolho Velho palhaço Alô, alô, Dona Rosinha Aquele abraço Alô, moça da favela Aquele abraço Todo mundo da Capela Aquele abraço Todo mês de fevereiro Aniversário Alô Filarmônica Santo Antônio Aquele abraço Meu caminho pelo mundo Eu mesmo traço Meu Sergipe já me deu Ginga e compasso Quem sabe de mim sou eu Aquele abraço Pra você que me esqueceu Aquele abraço Alô, Princesa do Francisco Aquele abraço Todo povo ribeirinho Aquele abraço. (Poema-paródia da música “Aquele abra

A Carne mais barata do Brasil

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( Pobres e os ossos. Por Duke .) Dormi de barriga vazia  e acordei com fome.  Levantei e fui até a cozinha;  procurei por comida no armário…  estava vazio,  Abri a geladeira, não tinha nada  Só gelo, só gelo.  Decidi sair e fui até o comércio  Saí de mãos vazias,  Igual eu vim ao mundo,  De mãos abanando.  Eu passei pela rua do açougue  e vi escrito em letras grandes  "A carne mais barata do mercado é a carne pobre"  Uma paráfrase, uma paródia?  Não consegui lembrar;  Estava faminto, tremendo  Nervoso, já quase desmaiando.  Mas fiquei surpreso com a fila de gente  Pensei: Esse povo todo pra comprar carne?  Eu estava enganado. Eles não foram comprar,  Foram pedir, assim como eu;  Estavam famintos, passando mal  Estavam envergonhados, constrangidos;  Mas a fome que é obscena  Já dizia um pensador...   Se era pra eu sentir vergonha, não senti;  Diante de tanta gente na mesma desgraça  Eu senti foi medo e quase caí em desespero  E se não sobrar pra mim?  E se não sobrar pra mim?

Uma homenagem à Propriá em forma de Poesia

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  Estrela Formosa Autor: Ruan Vieira   Fundada em 7 de fevereiro de 1802 Às margens de um Rio sagrado Vivendo da pesca e do plantio do arroz A cidade foi crescendo por todo lado Com teu belo Rio a embelezar Trazendo turismo e muita riqueza Foi-se nascendo a tímida Propriá Que doravante viria a ser Princesa A princesinha do São Francisco! Assim ela ficou conhecida;  Pela beleza da tua Orla, do teu Rio  Jamais há de ser esquecida Cidade do Bom Jesus  Da Catedral e da alegria  Da fé que nos conduz No caminho da harmonia Cidade do Velho Chico  Com Santo Antônio padroeiro  Princesinha do São Francisco  Repleta de um povo guerreiro Filha de Sergipe, a famosa Nos encanta a tua luz a brilhar Da natureza, o teu céu cor de rosa Faz de ti mais bela, Propriá Quem te conhece, há de se lembrar De como tu és formosa; Quem por aqui passa, quer ficar Nesta cidade maravilhosa: Salve! Salve! Propriá. (Poema escrito em 05/02/2023 em homenagem à cidade de Propriá, celebrando os seus 221 anos em 07/02/2023)

Velas Náufragas

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Diego Mendes Sousa A obra "Velas náufragas" (Editora Penalux, 2019) de Diego Mendes Sousa é um epilírico dividida em duas partes: "Alma litorânea" e "Coração costeiro". Herdeira da "Mensagem" do poeta português Fernando Pessoa, "Velas náufragas" é uma arrebatada devoção ao mar e à natureza. A poesia de Diego Mendes Sousa é vertical e instaura as palavras com a força do sentimento, que guarda também a memória e a infância. O poeta piauiense canta a terra natal, Parnaíba, santuário do Delta do Rio Parnaíba, e inventa um universo paralelo chamado Altaíba, com "seres aladinos", como quer a magia e o testamento desse notável poeta. Extremamente simbólica e barroca, apesar de os versos serem livres, brancos e em desordem aparente, a poesia crescida na visão peculiar de Diego Mendes Sousa ressucita a metáfora do tempo e a profusão dos sonhos, pois os seus versos são doídos e são anímicos. São também sonoros e imagéticos. P

Descortinado Luar

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Jane Guimarães Exuberante luar de mistérios, encanto prateado, rainha da noite. Senhora dos sonhos descortinados germina poesia. Lua desnuda reflete a beleza, fulgurante brilho celestial incandescente. Ressoam eternos murmúrios dos amantes. Vale teu sono a noite inteira e retorno de um amanhecer.

Dualismo

Se não houver uma conscientização coletiva no fazer político Se a contradição da facilidade e das exigências políticas não forem desfeitas Se o voto continuar na balança e a sociedade não se organizar em núcleos de reeducação política Se a expressão “rouba, mas faz” não for excluída Se o convencimento pueril de que a corrupção é um elemento cultural O estardalhaço midiático só venderá As crônicas não chegarão aos mais simples E o poder nunca virá do povo, mas de uma relação comercial

Biana

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Uma boca tão linda Mas cancerígena Uma pele tão suave Mas cheia de fumaça Às mãos tão macias Mas cheias de nicotina A roupa que era tão Mas tão cheia de fumaça A vida cheirando a câncer A fumaça.

Sobre a vida

É asfixiada na massa, fixa n`alma. É o vento das antíteses. É a tese do nada. Bendita vida que passa.

O analfabeto político

O pior analfabeto É o analfabeto político, Ele não ouve, não fala, Nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, O preço do feijão, do peixe, da farinha, Do aluguel, do sapato e do remédio Dependem das decisões políticas. O analfabeto político É tão burro que se orgulha E estufa o peito dizendo Que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política Nasce a prostituta, o menor abandonado, E o pior de todos os bandidos, Que é o político vigarista, Pilantra, corrupto e lacaio Das empresas nacionais e multinacionais. Bertold Brecht, alemão, 1898-1956

A menina que passa

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Lá vai a menina que passa E os meus olhos que pregam uma peça em frente da praça Lá vai todo o encanto Que é livre quando canto ao meu amor E todos olham na praça Que eu, passo a passo, vou com pressa. Lá vão os meus pensamentos Todo mágico, todo humano Que foge e se abafa de tanto lamento Lá vai o meu sorriso com o vento Com cara de bento E uma angústia por dentro Lá vai, lá vai e as minhas lágrimas Não vão, e você menina, lá vai. Lá vou eu, Com a menina que passa, As mãos que passam e os pensamentos que montam uma peça No meio da praça. Não me peça menina que passa, a minha face E todos te olham e me olham. Mas entendam: ela é a menina que passa com muita pressa pela praça (LIMA, Ronaldo Pereira de et all. O lugar da poesia e da prosa: Antologia , pp. 22-23. Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2008).

Meninos de algodão

Pense nos meninos rotos Que sonham com bolas douradas Pensem nos raimundos Que sonham com algodão doce Pensem, pensem Olhem quanto doce branco há no céu Olhem para os meninos Que não tem céu Pensem na bola que rola Nas bolas douradas de sorvete Que bóiam no céu Olhem para o raio do mundo Meninos no corpo, mas pés no chão (LIMA, Ronaldo Pereira de Lima. Agonia Urbana . Rio de Janeiro, CBJE, 2008)