O escritor Ron Perlim foi homenageado no Projeto Leitura: A Arte de Contar História no dia 14 de novembro de 2019 na cidade de Porto Real do Colégio, Alagoas. O evento aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Profº. Ernani de F. Magalhães. Em sua homenagem, o livro A menina das queimadas, cujo enredo se passa na cidade de Cedro de São João, SE e narra as histórias de Zélia de Oliveira Rocha, falecida e sogra do autor, foi trabalhado em sala de aula e cada equipe foi responsável por um capítulo.
Raissa, Ron Perlim e Mirella |
Assim que o autor chegou, foi recepcionado pelas alunas Raissa e Mirella. Elas citaram uma nota biográfica do autor, falaram da principal personagem (Zélia de Oliveira, sua sogra) e presentearam-no com uma plaquinha contendo a foto do livro. Ron Perlim percorreu todo o espaço, cumprimentou alunos, os parabenizou. Apreciou tudo o que viu: as maquetes da quermesse e da Lagoa Salomé, a exposição dos seus livros, a parte lúdica da cabacinha de ouro, o leilão de prendas, as vendedoras da bala queimada.
Livros de Ron Perlim |
Lagoa Salomé - Cedro de São João, SE. |
Quermesse, Cedro de São João, SE. |
Vendedora da bala queimada |
Leilão de Prendas |
Cabacinha de Ouro |
Passado esse momento de reconhecimento dos capítulos do livro A menina das queimadas, foi a sua vez de palestrar sobre a importância dos livros e da leitura. Iniciou a sua fala lendo para os alunos trechos do primeiro capítulo, onde se pode ler:
Meu
primeiro dia de aula
Eu
vivia aperreando mamãe para que ela me deixasse estudar, mas ela não
queria que eu estudasse, porque era para eu tomar conta da casa e de
meus irmãos. Eu insistia, mas ela nem ligou para o que eu falava.
Cortava o assunto e dizia:
— Não
me amole com essa conversa. Procure alguma coisa pra fazer, avi!
Triste,
fui ao terreiro pedir a meu pai, mas ele dizia:
— Resolva
isso com sua mãe. Ela é quem sabe de sua serventia dentro de casa.
— Se
sua mãe já decidiu, está decidido. Agora, deixe de me amolar e
procure o que fazer!
Dito
isso, me deu as costas e continuou os seus afazeres. Desesperada,
recorri à minha avó que não colocou arrodeio. Ela pegou em minha
mão, beijou a minha testa e disse:
— Não
se preocupe, minha filha. Vá para casa e fique sossegada. Quando eu
voltar da missa, conversarei com seus pais e tirarei essa história a
limpo.
(...)
Feito isso, dialogou um bom tempo com o alunado do Centro Educacional e de outras instituições mostrando para eles através de experiências pessoais e de terceiros o quanto a leitura e os livros são importantes para as nossas vidas. Encerrada a palestra, o autor que estava acompanhado da esposa e do filho, despediram-se dos responsáveis, agradeceram pela homenagem e saíram para participarem de outras manifestações culturais que aconteciam no local.
Índias Kariri-Xocó e família MarRon |