Eu irei me recolher no meu próprio sofrimento
E me calar para o amor.
Não irei me refugiar no silêncio mais frio e baço dos teus olhos
feito menino pidão
E procurar no chão por uma formiga.
Não irei me oprimir. Se o meu mundo estiver prestes a estourar,
que estoure; mas sem mim.
Irei me encolher nas ideias para não mendigar nas úmidas ruas de
inverno por esse infeliz amor.
Cadernos, 1999.