7 de mai. de 2011

III - A incompreensão

O meu medo, talvez o maior de todos, é de ser incompreendido. A incompreensão é um dos sentimentos mais injustos que alguém pode sofrer. É uma das formas de oprimir o semelhante. Quando se é incompreendido, a alma se torna frágil, dando aos seres espaço para outros sentimentos.

A incompreensão é um modo de não aceitar o outro, as fraquezas do outro, causando deste modo; frustrações, perda, dor. Quem assim age, sempre tende a domar, a impor regras e modelos. Não quer aceitar as pessoas como elas são. Egoísta, a incompreensão é um dos males atuais da humanidade. Ela impede o crescimento pessoal, os sonhos, o sucesso... as relações e trata os homens com indiferença.

A incompreensão não tem ouvidos, tem ordem. Não tem palavras, tem ordem. Não tem olhos, é míope. Não tem mãos para tocar, sentir a vida; tem violência. Não tem alma, tem uma solidão seca, desértica, devastadora.
A incompreensão isola os homens e destrói o espírito de solidariedade. Cada vez mais os homens se isolam em si e afastam-se uns dos outros. A solidão é uma das características atuais mais presente nas pessoas. A não compreensão de um ser para outro só atrapalha nas boas relações que deveriam existir entre os seres.

Maldita seja a incompreensão.

Malditos aqueles que se afeiçoam por ela.

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