O problema do amor

O problema do amor é que as pessoas o fantasiam.
O problema do amor é que as pessoas criam imagens e perspectivas do objeto amado.
Elas nunca se preparam para a dor.
Nunca se preparam para a decepção, como se o amor fosse um estado de graça permanente.
O problema do amor é que as pessoas o idealizaram e esqueceram que ele é concreto.
E por ser concreto é incompreendido.
O problema do amor é que ele é dual. Digo, não é único; torna-se único
É de carne e osso.
Não é só carne, só osso. São duas carnes, dois ossos.
Esse é problema do amor.

LIMA, Ronaldo Pereira de. Agonia Urbana. Rio de Janeiro: Litteris Ed: Quártica, 2009.

4 Comentários

  1. Teu poema cresce, do meio pro fim. Perdem os leitores que não clicarem para ler mais.
    Destaco:
    " Digo, não é único; torna-se único
    É de carne e osso.
    Não é só carne, só osso. São duas carnes, dois ossos"
    muito bom! é enérgico! A construção desse trecho lembra herberto Helder.

    Ps. obrigada pela visita e comentário ao meu conto ' maldição '.

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  2. Obrigado pela comparação e por aportar aqui.

    Abraço!

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  3. Realmente o problema do amor é tudo isso. E você ressaltou muito bem todos esse problemas. As pessoas amam com a ciência de que tudo pode dá e vai dá certo, e não com a ciência de que a dor um dia vai estar presente. E só por isso elas não se prepararam. Belíssima observação.

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  4. Mariane, obrigado pelo comentário.
    Infelizmente as pessoas se esquecem que o "Não é só carne, osso. São duas carnes, dois ossos".

    Abraço e sinta-se à vontade para comentar.

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