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Uma pedra no meio do caminho

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Muitos dos nossos melhores escritores, desde o início do século XX, passaram a empregar ter com esse sentido em várias de obras. O exemplo mais conhecido, pela polêmica que causou, foi a publicação, em 1930, do poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade (no livro Alguma poesia ), em que se repete diversas vezes as palavras “No meio do caminho tinha uma pedra” em diferentes ordens. Foi o suficiente, na época, para os defensores do purismo linguístico babarem de ódio e bombardearem o poeta com todo tipo de acusação grosseira. Em 1967, para marcar os quarenta anos da escrita do poema, o próprio Drummond reuniu o material publicado sobre ele no volume Uma pedra no meio do caminho – biografia de um poema . O gramático Napoleão Mendes de Almeida, por exemplo, se recusou, até morrer (em 1988), a dar o título de poeta a Drummond por causa desse imperdoável “pecado”. Hoje, Carlos Drummond de Andrade é reconhecido, internacionalmente, como um dos maiores poetas do século X

Poesia: crianças, conceitos, tendências e práticas

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Léo Cunha Trata-se do fato de que a grande maioria dos livros de poesia premiados, tanto na FNLIJ quanto no Jabuti, apresentam, para além de suas qualidades literárias, ilustrações bem elaboradas e um acabamento sofisticado. Tal constatação tem um lado muito positivo, que é a consolidação de uma produção editorial cuidadosa. Mas há também um lado negativo, ou pelo menos preocupante: ao praticamente exigirem dos livros o acabamento impecável, as premiações sugerem a possibilidade de que muita poesia de qualidade esteja sendo desconsiderada. Afinal, os júris que premiam, as comissões que selecionam obras para programas governamentais, mas também professores, bibliotecários, pais, crianças, enfim qualquer um que se (dis)ponha a escolher um livro de poesia corre o risco de deixar de lado uma obra poética de qualidade, caso a produção editorial do livro não acompanhe essa mesma qualidade. Trata-se de mais um desafio a ser enfrentado pela literatura, e principalmente a poesia, infa

A simplicidade de um texto

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Marcos Bagno      A simplicidade de um texto é fruto, sempre  — por mais paradoxal que isso possa parecer  —,   de um árduo trabalho de escrita, reescrita e re-escrita, e de muitos cortes e supressões de penduricalhos e coisas supostamente sofisticadas. Escrever é limpar o jardim, arrancar ervas daninhas, tirar pedregulhos do caminho, podar os arbustos e as moitas  —   só assim as flores podem se destacar e mostrar a beleza simples de que são feitas. BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 87.

Procure motivar as palavras

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À medida que avançamos na aprendizagem da escrita, é nosso dever procurar aperfeiçoá-la sempre, acrescentando aqui, cortando ali, até chegar ao texto, se não perfeito, pelo menos satisfatório aos nossos objetivos. Tudo começa com uma frase bem-feita, um parágrafo bem estruturado, que depois de escrito precisa de uma boa revisão para corrigir faltas ou excessos. Sem esse rigor, é impossível escrever bem. E uma das provas dos noves da escrita é ver se tudo o que escrevemos está bem amarrado (a coesão) e se as ideias se somam e nunca se contradizem (a coerência). Como saber que estamos no caminho certo? Para que seu texto seja bem construído, saiba que nenhuma palavra pode surgir do nada. Tudo o que escrevemos deve ser motivado por algo que foi enunciado antes. Uma palavra motiva outra, ou outras. É daí que nasce o bom encadeamento das frases e das ideias. Para isso, nossa atenção deve ser constante e redobrada. Uma palavra usada de forma gratuita pode fazer ruir todo o nosso

Leitura rápida e gostosa

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Leia a opinião de Irineide Ferreira , professora, sobre o livro Viu o home? "Lendo algumas matérias sobre a atual ' monarquia em Pernambuco ' , não foi difícil relacionar o fato às várias crônicas do escritor   Ron Perlim , em seu livro "Viu o home?", o qual tive o prazer de conhecer a adquirir sua obra na Bienal do Livro em Maceió - AL. Muito interessante, como em toda parte do nosso país os partidos políticos dividem-se em: PQC e PQNC... Ah, quer saber que partidos são esses? Tem que ler o livro!!! Leitura rápida, gostosa e fácil. Foi muito divertido ler sua obra   Ron Perlim ".   A versão impressa está esgotada, mas você poderá comprar o e-book neste endereço: http://www.saraiva.com.br/viu-o-home-9209130.html .

A de sessenta

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Eram duas senhoras. Uma aparentava sessenta; a outro, oitenta e cinco. Elas estavam a caminho do sanitário. Uma tinha pressa, a outra caminhava devagar. Pelos trajes, eram de posses. Ao se aproximarem do sanitário, a de sessenta olhou para a outra raivosa e lhe disse: “Vou jogar você no lixo, certo!”, adiantando os passos. Nesse instante, uma bela jovem passava. Ao ouvir aquilo, voltou-se para a de sessenta e retrucou, sorridente: “Mulher, não faça isso não!”. A de sessenta respondeu: “Quer ela pra você?”. A jovem, sem pestanejar, replicou-lhe: “Quero!”. Pega de surpresa, a de sessenta observava raivosa para a jovem.

Livro Viu o home? na Câmara de Vereadores de P. R. do Colégio - AL

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O vereador Joselito, ao ler o livro Viu o home? percebeu a sua importância política e cultural. Por isso, convidou o escritor Ronaldo Pereira de Lima (Ronperlim) para ir à Sessão Extraordinária da Câmara de Vereadores de Porto Real do Colégio no dia 02.12.2015 para dialogar com seus pares sobre esse livro . Na ocasião, o escritor Ronaldo expôs a sua trajetória literária e em seguida falou sobre o livro e do que ele trata. Transcrevo trecho de sua fala na tribuna daquela casa para que o leitor possa compreender:    "Ele trata com clareza da política prática dos municípios em contextos que se completam nas mais variadas situações. O autor define essa prática de comércio eleitoral de base, caracterizado pela troca de voto por bens tangíveis (espécie de escambo), intangíveis (favores) e pela compra de voto (quando o eleitor prefere em espécie)".     E concluiu seu discurso dizendo o seguinte : “ O livro não aponta culpados, nem inocentes. Apenas cúmplices de um sistem