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Malinações do vento

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Ele vem tonto e com cara de bento. Lá, em sua morada, o mundo não pára nem brinca. Enfadado do cata-vento, saiu das hélices e foi parar nos galhos, nas ruas e nas saias. De saia em saia, o malino menino sem aljava ou seta aprontava com as garotas. Esse moleque aprontou com A menina de nariz arrebitado que logo surgiu com o bucho esticado.

1º Capítulo do livro Laura

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I Laura estava s entada numa cadeira de balanço . Nela, observava os caibros serrados, as telhas avermelhadas e as ripas alinhadas. A s ua volta havia um sofá, uma estante e a TV que Fernando costumava assistir desenhos em sua companhia . Levantou-se, guiou o corpo cansado pelo corredor, foi à cozinha, tomou um copo d’água e saiu pela porta do fundo, aspirou o ar e sentiu alegria em seu coração enrugado. Dirigiu-se as plantas e riu com as acrobacias que as borboletas faziam sobre elas. Aproximou-se de um hibisco e, nas pétalas de uma das flores, formigas sedentas formavam ao redor de uma gota d’água o sol, desses que as crianças costumam desenhar. E num talo d a roseira uma joaninha passeava , fazendo-a lembrar dos vestidos de chitas quando ela era moça.   Retornou p a ra casa e se deteve alguns instantes na porta sem querer deixar aquele mundo de carne verde. Entrou, p egou um jarrinho de porcelana, encheu de água e colocou nele a flor que trouxera e o dispôs no centr

Direitos do autor

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Conhecer os direitos autorais é necessário. Não se o escritor seja jovem ou não, se pretende participar de concursos literários ou submeter seu original a uma editora. É bom está atento, pois, caso precise assinar algum tipo de contrato saiba o que está fazendo. Por isso, nada melhor que conhecer a definição desse Direito. Para Manso, direito autoral: “(...) é o conjunto de prerrogativas de ordem patrimonial e de ordem não patrimonial atribuídas ao autor de obra intelectual que de, alguma maneira, satisfaça algum interesse cultural de natureza artística, científica, didática, religiosa, ou de mero entretenimento; que tais prerrogativas lhe são conferidas de leis especiais que as proclamaram; que tais prerrogativas consistem, em suma, num poder de utilização do seu produto intelectual, cabendo-lhe decidir se ele deve ou pode ser levado ao conhecimento do público em geral, ou de um público particular; de que maneira essa publicação será feita, para que fim pode dar-se su

Mundo Circular

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Carlito os viu passar. Deixou o balcão, as garrafas falantes nas mesas e acenou com a mão para eles. Queria ser o primeiro a ter certeza dos boatos circulares das praças e bares. Ao se aproximar dos conhecidos, perguntou-lhes: — Seu Artur, é verdade que ontem à noite, quando vocês pescavam, um casal de Nego d'água atacou vocês dois? Tá uma confusão danada nas ruas. O povo tá com tanto medo que nem banho que tomar no [1] Rio. — Olhe seu Carlito, não sei disso não. O povo conversa muito. A gente não foi atacado por nenhuma criatura das águas. O que aconteceu foi isso: a gente saiu da croa para pescar. De repente, um toró caiu sobre a gente, acompanhado de uma ventania danada. Como o barquinho tava precisando de reforma, não aguentou com os sopapos do vento. Ele se partiu ao meio e a gente quase morreu. Só foi isso. Não teve Nego d'água nenhum. Quando Carlito resolveu lhe fazer outra pergunta, o celular de Artur o interrompeu. Ao atender o telefone, ele ouvia o desespe

Escreva seu romance

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Eu gosto de compreender as palavras a partir de suas origens. Por isso, nada melhor que conhecermos a etimologia da palavra r omance . Há quem diga que esse termo pode ter se originado de romans , forma derivada da latina romanicus . No entanto, há outra corrente que defende que ela veio de romanço . Romanço era a língua falada pelos romanos nas regiões ocupadas por estes para diferenciar do latine loqui. A origem do romance e do termo; Romance. Nos dias atuais, a palavra romance possui um significado amplo e diverso, pois, tem estrutura própria e assim é definido por Aurélio : “s.m. Literatura Narrativa em prosa, mais ou menos longa, na qual se relatam fatos imaginários (embora estruturados com verossimilhança), às vezes inspirados em histórias reais, cujo centro de interesse pode estar no relato de aventuras, no estudo de costumes ou tipos psicológicos, na crítica social etc.: ler um romance” . Para escrevê-lo, é necessário conhecer as técnicas que o envolve

Sobre a inspiração

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Há quem fale de forma romântica sobre a inspiração. O que, de fato, é inspiração? Inspiração é a materialização de leituras anteriores.

Sobre 2615-15

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Eu não escrevo por hobby. Eu não escrevo para doar livros a parentes, amigos, conhecidos ou seja lá quem for no intuito de receber deles elogios. Eu escrevo para vender, ser lido, ser útil. Escrever é uma atividade árdua. Requer tempo, concentração, conhecimento da língua, do mundo, dos livros e exige técnicas. Além da preparação do conteúdo material. 

A narrativa ficcional infantil e juvenil contemporânea

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Mesa redonda A convite da Diretora da Biblioteca Pública Infantil Epifânio Dória, profª. Sônia, participei como debatedor no dia 02 de abril na mesa redonda intitulada: Leitura e Aprendizagem: a narrativa ficcional infantil e juvenil contemporânea . Esse evento se deu por conta da programação especial alusiva ao mês do Livro Infantil em memória dos escritores Hans Christian Andersen, Monteiro Lobato e Epifânio Dória. O evento foi realizado na cidade de Aracaju – Sergipe. A mesa, além de mim, foi composta pelo professor palestrante da Faculdade Pio Décimo M.Sc Manoel Messias Rodrigues do Curso Letras e pelo Profº. Dr. Ricardo Nascimento Abreu/BPED/Secult coordenando a mesa e a escritora Lilian Rocha. Debatedor O professor Messias se utilizou de uma linguagem clara e concisa para situar a história da literatura infantil, desde Hans Christian Andersen, Charles Perrault e outros até as obras contemporâneas, expondo as mudanças que houve relacionadas a contação de histó

Novela literária

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Quando se fala em novela, vem-se na cabeça aquelas exibidas pelos canais de maior alcance de público no Brasil. Mas as novelas, exigidas em concursos literários, não se relacionam com aquelas. Para compreendermos esse gênero, nada melhor que conhecer seu conceito. A palavra é italiana ( novella) e significa “ notícia ” ou “relato novelesco”.  O Aulete assim define o termo: “Gênero literário que consiste numa narrativa breve, de extensão entre o conto e o romance, sobre um acontecimento em torno do qual gira o enredo”. Os Gêneros narrativos: a Novela Há quem afirme que os primórdios dela estejam relacionados com o Renascimento, especificamente com Giovanni Boccaccio   (1313-1375) e seu Decamerão . Esta obra rompe com a literatura medieval, nomeadamente pelo seu cariz realista. No entanto, entre os séculos XVIII e XIX os escritores reconhecem a novela como estilo literário, regido por normas e preceitos. A Novela literária, segundo Massaud Moisés em 'A Criação li

Prefiro garotas off-line

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O sorriso era solto e os lábios carnudos. Isso  realçava a beleza exótica dela. Apesar de divorciada, seus olhos não eram tristes, nem lamurientos. Transpareceu alívio, pois, seu ex era muito ciumento e não queria ser mais uma na lista da Proteção Preventiva .    A trepidez da lancha não impedia o nosso diálogo. Ela levantou-se do assento de madeira, pediu para o condutor da lancha parar no primeiro ponto de desembarque, sentou-se e disse: — Não posso passar por aqui sem ir à casa da minha amiga. A gente se conhece desde a escola e somos boas amigas. — Faz bem, disse eu. Preservar os verdadeiros amigos é coisa boa porque eles são poucos e raros. Boa sorte em sua amizade. Ela me agradeceu, pegou endereço do Face , deixou-me aquele sorriso largo e se foi. A lancha seguiu seu destino e a trepidez dela não impedia os meus pensamentos, nem a doce lembrança que ela deixou naquela manhã. Se não a conhecesse pessoalmente jamais me deliciaria naqueles lábios, nas maçãs q