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Escrever, escrever e escrever

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Reescrever: uma dica E screver para mim é uma necessidade, a forma mais simples de eu ser e de estar no mundo. Não quero ser um altívago. Quero na terra estar, pisa nela com os pés do coração, escutar a escrita do outro e viver no intervalo fechado que é a vida. A escrita me reinventa, sustenta-me, abre o meu riso diante da dor e do pranto desigual. Eu preciso escrever e escrever-me nos sulcos da face. Eu quero sumir e aparecer para os momentos mais frios, mais quentes da vida. Se alguma insinuação solta aparecer por aqui, porali; murmurando contra mim com gestos, palavras eu não estarei nem aí porque estarei aí para a escrita. Eu quero apenas com a pena soltar a minha voz. Então, não me liguem. Deixem-me viver solto com o vento, meu irmão, e a morte; companheira da angústia. Escrever, escrever e escrever. Meu refúgio, meu grito urbano sem alento, sem forças.  Não me olhem, me beijem.

Claro verbo trágico

Amor é o sexo aberto de uma prostituta cínica, Ou o de uma moralista suando fremindo em voluptuosa lascívia. Solidão é um porre, um café, um cigarro. Andar só por entre as pessoas pelas ruas e ser só noite avessa noite escura. Amar, amar os amigos mortos, os parentes mortos, E todos os que estão distante e a qualquer momento temos esperanças de rever. Amar a tia do jardim escolar, Amar aquela professora da 5ª ou 8ª série do colegial que, Por mais que envelheça, como permanece jovem e eterna na memória. As velhas mestras do 2º grau, de preferência as de língua portuguesa e literatura, Tão maternas como o colo de mamãe. Enfim, cuspir na vida nesta existência medíocre, Na falsa ética social, neste trágico mundo triste; mundo de merda a cada instante de ira e raio... Ser conciso e duro E ter nos olhos a frieza trágica dos metais. Wellington Liberato dos Santos

Espiando da janela

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I   Porque uma coisa é sentir a vida, outra, é você vivê-la, apalpá-la. Tarefa difícil e constrangedora. Não é uma coisa dada de graça. É para os que crescem e não para os que se entretêm só com este mundo.  II Não é difícil está em uma janela. Difícil é enxergar por ela o corre-corre, o dia-a-dia da cabeça. III Não chamarei de coisa viva aquilo que apresenta movimento (obs.: os carros, as plantas, etc.)...   Devemos entender que na multidão de movimentos há os instantes roubados, calados e colados dentro de um corpo que precisa fugir. Também há os vivos que não são luminosos. Mas, eles têm luz. Ah, luz!  Não se encontra batendo em portas ou percorrendo caminhos. Há uma necessidade de se congelar.   Alguma coisa fugiu de mim. Não foi um pássaro, não foi um olhar ou um carro. Foi um sonho, um pensamento que se esqueceu de lembrar.  IV Eu tenho pensado e até falado na compreensão. E só tenho acumulado sofrimento, dificuldade: sofro quando me falta pala

Laura

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O livro Laura foi submetido a uma comissão formada por Aglaé D`Ávila Fontes , Maria Lígia Madureira Pina e Cláudia Teresinha Stocker, profissionais renomadas e especialistas com idoneidade e capacidade reconhecidas nomeadas através de Portaria da Secretaria de Estado da Cultura. Ao analisar o livro mencionado, basearam-se nos seguintes critérios: atualidade, abrangência e adequação do tema e do conteúdo ao gênero de literatura; relevância cultural; caráter inovador da obra; adequação da linguagem de acordo com o gênero e avaliação global da qualidade da obra. Após a análise, essa comissão entendeu que o livro Laura era digno de receber o Prêmio Alina Paim . A premiação ocorreu no dia sete de fevereiro deste ano, no Museu da Gente Sergipana. A respeito de Laura, assim definiu a comissão: "Ao ler as histórias narradas neste livro, o leitor perceberá que Laura transforma palavras em pura magia e encanto. História de medo, lobisomem, caipora, almas penadas, per

Eu não fiz com o dedo

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— Amiga, não sei o que fazer. Tô grávida, meus pais não sabem e tô desesperada. Me der uma luz! — Não sei como dar luz a uma grávida. A única coisa que sei é que ela brilhará daqui a nove meses. (risos) — Deixe de brincadeira. Tô falando sério! Não sei o que fazer. — Já falou para ele? — Ainda não! Tô com medo dele me rejeitar e eu ser mais uma mãe solteira. — Amiga, se ligue! Essa criança não é só sua. Se ele não quiser assumir, você vai e denuncia na Justiça e Pronto. Vai deixar de graça, é? — Não amiga! Tôu tão confusa e com medo. Os homens são estranhos. Diz que gosta, quer ficar com a gente e quando acontece isso, eles fogem como diabo da cruz. Ainda dizem que a gente é complicada. — Amiga, deixe de bobagem. Você fez com o dedo, por acaso? — Não! — Então! Tente conversar com ele. Ele não diz que gosta de você. Que sempre estar com você em tudo que é festa? — É! — Então! Vou telefonar para ele agora. — Não sei. — Ligo ou não li

Edital de Obras Literárias: livros contemplados

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Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult No dia 7 de fevereiro, às 20h, o Museu da Gente Sergipana será palco da concretização do sonho de cinco escritores sergipanos graças ao lançamento oficial dos livros que serão publicados através do Edital de Obras Literárias. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa Pública de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase), através da Editora Diário Oficial.  O Edital teve como objetivo apoiar o lançamento e publicação de livros em diversas áreas como Poesia, Conto, Crônica, Literatura Infanto-Juvenil e Livros Técnico-Científicos. Além disso, o concurso propôs o incentivo à circulação e formação de novos leitores, indicando a Sergipe uma mudança na política cultural no âmbito editorial. Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o lançamento dos livros fecha o primeiro ciclo da nova política do livro e leitura em Sergipe. “Acreditamos qu

Retrato em preto e branco

Não me pergunte desta expressão de Napoleão voltando da Rússia, de herói de fábulas Sem feitos  heroicos Sem campo de flores sem romance sem nada. Esta aparência de cadáver, de corpo sem sombra, De vulto que vai longe É o retrato meu que você pintou. Wellington Liberato dos Santos