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Eu não fiz com o dedo

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— Amiga, não sei o que fazer. Tô grávida, meus pais não sabem e tô desesperada. Me der uma luz! — Não sei como dar luz a uma grávida. A única coisa que sei é que ela brilhará daqui a nove meses. (risos) — Deixe de brincadeira. Tô falando sério! Não sei o que fazer. — Já falou para ele? — Ainda não! Tô com medo dele me rejeitar e eu ser mais uma mãe solteira. — Amiga, se ligue! Essa criança não é só sua. Se ele não quiser assumir, você vai e denuncia na Justiça e Pronto. Vai deixar de graça, é? — Não amiga! Tôu tão confusa e com medo. Os homens são estranhos. Diz que gosta, quer ficar com a gente e quando acontece isso, eles fogem como diabo da cruz. Ainda dizem que a gente é complicada. — Amiga, deixe de bobagem. Você fez com o dedo, por acaso? — Não! — Então! Tente conversar com ele. Ele não diz que gosta de você. Que sempre estar com você em tudo que é festa? — É! — Então! Vou telefonar para ele agora. — Não sei. — Ligo ou não li

Edital de Obras Literárias: livros contemplados

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Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult No dia 7 de fevereiro, às 20h, o Museu da Gente Sergipana será palco da concretização do sonho de cinco escritores sergipanos graças ao lançamento oficial dos livros que serão publicados através do Edital de Obras Literárias. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Banco do Estado de Sergipe (Banese) e Empresa Pública de Serviços Gráficos de Sergipe (Segrase), através da Editora Diário Oficial.  O Edital teve como objetivo apoiar o lançamento e publicação de livros em diversas áreas como Poesia, Conto, Crônica, Literatura Infanto-Juvenil e Livros Técnico-Científicos. Além disso, o concurso propôs o incentivo à circulação e formação de novos leitores, indicando a Sergipe uma mudança na política cultural no âmbito editorial. Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o lançamento dos livros fecha o primeiro ciclo da nova política do livro e leitura em Sergipe. “Acreditamos qu

Retrato em preto e branco

Não me pergunte desta expressão de Napoleão voltando da Rússia, de herói de fábulas Sem feitos  heroicos Sem campo de flores sem romance sem nada. Esta aparência de cadáver, de corpo sem sombra, De vulto que vai longe É o retrato meu que você pintou. Wellington Liberato dos Santos

Galrão

Eram sete horas da manhã. Desci a rampa do porto, entrei na lancha e sentei. De onde estava, via o céu nublado e nele um arco-íris enfeitando a manhã. Enquanto folheava a Gramática, uma mulher conversava o tempo todo como se tivesse necessidade de fazer aquilo durante toda a viagem. Com o cigarro entre os dedos e os lábios, chamava a minha atenção. Olhei algumas vezes para ela, para a pose que só os fumantes têm, dei uns sorrisos contidos e retornei para a Gramática, deliciando-me com os verbos de ligação. E porali fiquei alternando de um estado para outro, sem me incomodar com a trepidez da lancha, nem com a tagarelice dela.

Poema I

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Dentre o barro e o asfalto surge a minha poesia, de rústico pedregal e perfume de eucalipto. Wellingto Liberato dos Santos

A etérea

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Existe um rio de calma em ti. Circula sobre ti um céu anilado Um bocejo sem pressa Um riso agraciado. Os modos de você se portar fixam sua personalidade genérica Na sua geometria exponencial de ser. Você tem no corpo a essência dos bálsamos do mar, o cheiro saboroso do limão - Em você todos os pensamentos que me inspiram sublimição. Wellingto Liberato dos Santos

Desengavetar

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Antes os textos eram datilografados e guardados numa gaveta. Eram os engavetados, lido, relido, apresentado a um amigo que geralmente não opinava e quando opinava dizia: os textos são bons, demonstrando desinteresse súbito ao mudar de assunto. Ficava então os textos e quem os produzia sufocados naquele mundinho. Com o advento da Internet e dos microcomputadores, as páginas físicas foram substituídas pelas virtuais, as máquinas de datilografia pelos teclados e os editores de texto, as gavetas pelas pastas, proporcionando outros recursos para os jovens escritores. Graças a ela os engavetados não ficam à mercê da opinião dos desinteressados, mas podem ser publicados por meio de blogs e sites para que todos possam ler, opinar e partilhar nas redes. Cabe a cada escritor buscar conteúdos originais e criativos para receber visitantes e, quem sabe, ser encontrado por alguma editora que se interesse por sua escrita. Desengavetar é necessário . Recomendo apenas aos que pensam em d