Nas cidadezinhas, os prefeitos quando estão em apuro financeiro (nunca deixam de estar) costumam dizer que “não tem dinheiro”, que “os repasses diminuíram” e vão empurrando a administração com a barriga, digo: com a língua e remendos. E assim vivem eles: um tapinha nas costas num dia, óculos escuro noutro, notas frias ali, vereadores passando no bolso por aqui. Mas as cidadezinhas continuam as mesmas: prestando serviços públicos devagar, faltando-lhes as bananeiras e os burros de Drummond. Essa falta de dinheiro que a maioria dos prefeitos dizem que “não tem” é justificada por vários motivos. Um deles é tão comum, tão familiarizado que todos praticam-no: é a folha paralela . A folha paralela é uma folha política, a parte; ajeitada por causa dos compromissos eleitorais. Para mantê-la, eles negam reajustes salariais a servidores e prestam serviços públicos sem qualidade. Assim estar distribuída: para os cabos eleitorais, polícia, parentes, amigos, financiadores de campanha (agiotas, com