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Existe literatura feminina?

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Ana Martins Marques concedeu entrevista ao  Suplemento Pernambuco . Em uma das indagações, ela opina sobre a literatura feminina. Confira! Vou te encaminhar uma pergunta que me fizeram em uma recente mesa com outros escritores (todos homens): existe literatura feminina? E mais: existe literatura feminista? E além: a militância em uma causa é essencial à literatura? Pessoalmente sempre me incomodou que a recepção da literatura escrita por mulheres ficasse frequentemente atrelada à questão do “feminino”, que essa fosse quase sempre a questão de início, o que nunca acontece em relação à literatura escrita por homens. Nunca vi nenhum homem ter que responder se, afinal, existe ou não existe “literatura masculina”. O fato de um escritor ser homem não é considerado uma idiossincrasia, uma singularidade, e a literatura escrita por homens nunca ou quase nunca é lida como “literatura masculina” (ela é lida como “universal”, embora “masculino” e “masculinidade” sejam posições tão co

Travessia de abismos

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CONVITE O poeta Cleberton Santos e a Editora Via Litterarum convidam você para o lançamento-recital do livro “ Travessia de abismos ”. Participação especial do músico feirense Tito Pereira . Dia: 04 de setembro de 2015 Horário: 19:00 Local: Radiola Lanchonete Cultural (próxima ao Mercantil na Av. Maria Quitéria – Feira de Santana) (Entrada livre) SOBRE O LIVRO “TRAVESSIA DE ABISMOS” Livro: “Travessia de abismos” (poemas) Autor: Cleberton Santos Prefácio: María Pugliese (Argentina) Posfácio: José Geraldo Neres (São Paulo) Orelha: Ísis Moraes, Gabriel Gomes (Bahia) Ilustração da capa: Nanja Brasileiro (Feira de Santana) Fotografia: Emanuel Fonseca (Bahia) Editora: Via Litterarum (Ibicaraí-Bahia) Dedicado ao poeta Reynaldo Valinho Alvarez & Maria José de Sant’Anna Alvarez O novo livro do poeta Cleberton Santos apresenta 60 poemas de tonalidade filosófica que refletem sobre a travessia da existência humana e sua profund

Pessoa de estimação

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Lilu Tá vendo este carinha. Ele se chama Lilu. Dizem que ele é um poodle . Outros, não. Isso não importa. O que importa é que ele não gosta de me ver tanto tempo no ultra .  Ele salta em cima de mim. Eu olho para ele. Ele me olha. "Tá na hora da brincadeira e do passeio por um terço do quarteirão".  Ele não abre mão disso de jeito nenhum. O jeito é deixar o que estou fazendo, correr de um lado para outro em sua companhia. Em seguida, vem a calmaria. Lilu se esparrama no chão e dorme aos meus pés. 

Entrevistado pela Rádio Propriá FM - SE

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O escritor Ronaldo Pereira foi convidado pelo CCP (Centro Cultural de Propriá – SE) para conceder entrevista na Rádio Propriá FM em comemoração ao dia 25 de julho, dia do escritor. Na entrevista, conduzida por Amorim e a professora Helena, falou sobre as publicações dele, dando ênfase aos livros Laura (Prêmio Alina Paim) , A menina das queimadas   e Viu o Home? , seu título recente. Atento as indagações Ao lado de Amorim e a profª. Helena Estúdio da rádio

Céu de caibros

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O rádio toca. A s pessoas conversam distraidamente. Uma lagartixa tomou para si a parede e se confundiu com ela, hipnotiz ando um mosquito. Lá fora os carros passam com estupidez. É Domingo. A cozinheira está pondo o jantar. Todos se reúnem em torno d a mesa. Valores góticos e contemporâneos se colid e m, seguidos de ofensas. Do lado do pote uma formiga bebe água. O nariz do gato é róseo. E m meio à confusão, ele fica grilado em nós . Sem causa, el a s brigam, irritam-se. As formigas se cumprimentam. A aranha lança sua rede. Pescará o quê? Um mosquito, uma mosca perdida na noite. N ão sei. Sei que a rede posta entre um caibro e uma ripa pesca  os desencontros que saia m de cada língua. Um barulho freia os ânimos. O s olhos diminuíram de raiva. Todos foram à porta. Era uma carreata politica descendo pela avenida. Volta ram. F ica ram soltos na sala. Em seguida, cada qual saiu aos seus hábitos. Mônica foi para a cozinha. Papai foi assistir ao jornal. E u ligu

Quando um rascunho vira literatura

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 Por Simone Magno em Pequena Morte .   Pergunto a uma poeta que acaba de lançar seu segundo livro o quanto ela escreve por mês. “Geralmente um poema. Às vezes, nenhum”, me responde. Fico refletindo sobre a necessidade de cada escritor na hora de colocar no papel o que lhe vem à cabeça. Porque as ideias vêm e vão a todo tempo, basta respirar. Uma frase surge do nada, uma imagem que encadeia toda uma história, uma lembrança que insiste em voltar. Mas não basta separar o joio do trigo; é preciso saber o melhor momento de colocar no papel e perceber quando de fato o que não passa de palavras rabiscadas ao vento se transforma em literatura. Quando isso acontece? Quando os versos se juntam e passam a se denominar um poema? Quando um texto ganha voz e passa a ser uma narrativa literária? Antes do editor, a palavra é do autor, que tem o poder de definir sua matéria prima. Alguns escrevem e não mexem mais – acreditam que se veio assim, está pronto. Outros terminam um romance

A arte de ler

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  Por Braulio Tavares A primeira metade do trabalho do escritor é a leitura. Ninguém é escritor sem ler. É um vestíbulo que todo escritor tem de atravessar. Digo essa obviedade gigantesca porque toda hora estou conversando com pessoas que querem ser escritores mas dizem que “não tem tempo para ler”, ou então folheia nas livrarias coisas escritas por pessoas que, na melhor das hipóteses, leem livros de receitas, guias de viagem e colunas sociais. Ler variadamente. Escrever literatura exige que se leia muita literatura, não somente no sentido de grande quantidade. Romances, crônicas, poesias: se você lê com frequência e prazer todos estes gêneros, são maiores as chances de que consiga escrever bem cada um deles. (...) Revista Língua Portuguesa. Ano 9. Nº 102. Abril de 2014. pp. 32-33.