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Machado de Assis ao leitor

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Machado de Assis AO LEITOR Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem   leitores, coisa é que admira e consterna. O que não admira, nem   provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem   leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte e, quando muito,   dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um   Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de   pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a pena da   galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá   sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas   aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará   nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e   do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.   Mas eu ainda espero angariar as   simpatias da opinião, e o primeiro   rem

Como escreve Ron Perlim

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Entrevista concedida para o site Como Eu Escrevo. 1 de agosto de 2018 by José Nunes Ron Perlim é escritor, especializado em Educação Matemática, colaborador da Revista Obvious .   Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal? Eu me acordo às seis. Tomo suco de um limão com água morna. Depois, vou ler. Feita a leitura, tomo café e em seguida vou trabalhar. Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita? Não precisarei qual é a melhor hora para mim. A escrita em mim pode vir a qualquer hora. É espontânea. Se necessário, paro o que estou fazendo para anotar o que me vem à cabeça. Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária? Quando jovem na escrita, eu escrevia todos os dias. Isso acumulou muita matéria bruta. Então, eu tenho muita matéria bruta para ser trabalhada. Quase todos os dias eu reviso esse material, mas isso não me impede de escreve

O que é um bom livro?

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Mário Sérgio Cortella Mas, o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que te emociona, isto é, aquele que produz em ti sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, te afeta e impede que passa adiante incólume. A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano (...) fez uma reflexão no Notas de um diário de crítica que expressa uma parte dessa contraditória agonia: "Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte". CORTELLA, Mário Sérgio . Não nascemos prontos!: provocações filosóficas . Petrópolis, RJ