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Pegou carona na fama e publicou um livro

Assisti a um vídeo de um determinado indivíduo que se sentia escritor, desses que pegam carona na fama e resolvem publicar alguma coisa, seguindo aquela ideiazinha que uma pessoa só é completa se plantar uma árvore, parir um filho e escrever um livro. Esse “escritor”, com ironia e desdém, criticava outros que; segundo ele, se sentiam especiais, intocáveis, julgando-se acima das pessoas como se semideuses fossem. Até a presente data e nas minhas andanças não encontrei nem um desses escritores descritos com as características mencionadas. A primeira coisa que tenho a dizer a esse tipo de “escritor” é o seguinte: o verdadeiro escritor não se apropria da fama para ser escritor. Ele é apenas escritor. A palavra é o seu instrumento de cultivo diário. O escritor, o verdadeiro escrito é diferente e nunca melhor que as outras pessoas. Sente as mesmas necessidades fisiológicas que elas. E por que é diferente o verdadeiro escritor? Porque capta a emoção do outro, vivendo-a como se

Bisonho literário

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Desde os 18 anos de idade que rabisco alguns versos, aventuro-me na crônica e contos. Venho nesta teima: das linhas dos cardenos, das pontas das canetas para o Word e os dígitos. Essa teima já me rendeu três livros, três antologias, alguns textos publicados na imprensa local e péssimas frustrações. A primeira delas ocorreu em 2003. Por meio de um jornal, desses que se intitulam literário, denominado   Jornal Cultural Mensageiro   conheci uma “editora” denominada   Opção 2.   Ela oferecia serviços de impressão com tiragem mínima de 50 exemplares. Ao ler o anúncio, meu entusiasmo literário emergiu. Com posse do dinheiro em mãos para pagar a edição do livro, convidei mais escritores do município para participarem da   Minicoletânea de Escritores Colegienses.  Os textos ficaram sob a minha responsabilidade. Eu os “organizei” e os enviei para essa “editora”. Ora, eu era um noviço no assunto. Não conhecia a dimensão jurídica, muito menos comercial a que estar sujeita a publi

Vendedor de livros

Pião atendia alguns clientes e demonstrava euforia, muitas vezes forçada, tão comum entre os vendedores. Ele me avistou, acenou com a mão e disse: — Pião, quer alguma coisa? — Não Pião. Por enquanto não! Tenho algo para mostrar a você. — O que é? Este livro de minha autoria. Ele será muito útil para os seus filhos, pois, como eles estudam; irão precisar. — É, Pião, eu não enxergo quase nada sem óculos. Mas como o Pião sempre tá por aqui; vou ajudá-lo. Não custa nada demais ajudar um amigo. Dito isso, foi à gaveta, tirou R$ 10,00 e pagou o livro. Saí e parti para outro estabelecimento, desta vez uma miniperfumaria. O proprietário, quando me viu, foi dizendo: — Depois vou lá para acertamos aquele negócio. — Ora, não se preocupe. Quando você puder, apareça. Mas não vim aqui falar deste assunto. Estou aqui para lhe oferecer este livro de minha autoria, que lhe falei outro dia. — É, deixe-me ver. Eu o observava, enquanto ele folheava o livro. Depois,