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Deseducação política

Recebi um e-mail de uma amiga. O título que o encabeça é este: A carta , publicada em O Globo . O texto é válido, mas expõe um grito de revolta e de um desespero inútil. O texto aborda o novo referendo pelo desarmamento, acompanhado da opinião do autor pelo não. Para justificá-la, ele opina que os Governos revoguem as leis atuais; seguidas de sugestões como estas: voto facultativo, dois senadores por Estado, redução pela metade dos deputados federais, estaduais e vereadores; férias de apenas 30 dias para todos os políticos, juízes etc. Tudo o que estar escrito nesse texto é possível se houvesse uma reeducação política e os eleitores votassem em propostas. É mais fácil criticar os atos dos profissionais da política que enfrentá-los na prática. E a prática é cruel, mesquinha, vil, hipócrita. Esses textos que só veem a política de cima para baixo deseduca . Ninguém pode criticar, analisar o comportamento do político brasileiro sem antes compreender a forma como ele se elege. Neste país v

O sorriso de Nizinho

O pré-púbere o acompanhava. Ao perceber, adiantou o par de tênis e a ansiedade acelerou no peito. Olhava de um lado e de outro, tendo a impressão que aquela criança se aproximava. A criança insistia em persegui-lo, dizendo: — Por que o senhor tá em silêncio e tão apressado? Eu preciso falar com o senhor. De hoje que chamo você. Ah! O senhor não quer falar com eu, né ? Então, pare agora; se não eu atiro! O homem parou ofegante, as pernas tremiam, o suor e a palidez apoderou-se de sua face. Volveu-se para a criança e foi recebido com um riso. Sem pestanejar, disse-lhe: — Quando o senhor saiu da padaria deixou cair isso. Aí eu vim as pressas para devolver ao senhor. O homem ficou pasmo, permanecendo em silêncio.

Largue o meu pé

Érico não costumava ouvir a mãe. Preferia a língua dos assentos das praças. Só que aquele jeito levado dele irritava a sua mãe que todos os dias chamava-o para ir à escola. Era assim: — Ô Érico, meu filho, não vai hoje prá escola não? Só que tá nais bancada. Vá tomá banho, vá. Já tá na hora de ir prá escola, menino! Ele deixou os colegas no assento, entrou irritado, volveu-se ela e disse:: — Como é que a senhora fala desse jeito comigo, na frente de meus amigos. Ficaram tudo mangando de mim.Tá bom deu não ir prá escola nenhuma. Ela o olhou cuidadosamente e disse: — Se você não tem o que querer. Enquanto você viver debaixo da minha vista, terá que me obedecer. Se não, arrume as suas coisas e vá embora. Você já tá bem crescidinho. A vida é quem ensina. E deu-lhe as costas, indo à cozinha.Ele nada disse. Pegou a bolsa e foi à escola, não por vontade livre, mas pela imposição da mãe. As ruas, naquele dia, estavam pálidas e tudo o que nelas haviam. Somente a