29 de ago. de 2013
6 de ago. de 2013
Plagiarius
O próprio título nos revela a sua origem gentílica. Então, nada melhor
que recorrer a História e a etimologia
dessa palavra na antiga Roma. De acordo com O caderno de políticas
culturais, do Ministério da Cultura, o plagiador surgiu neste contexto:
“Plagiário vem do latim plagiarius. Era quem, na Antiga Roma, roubava escravos ou vendia como escravos indivíduos livres. O vocábulo tem sua origem na Lex Fabia ex plagiariis. A expressão foi trazida para o campo literário através de uma metáfora criada pelo poeta Marcial, que, no século I, comparou o roubo de versos de suas poesias pelo rival Fidentino a uma criança que tivesse caído nas mãos de um seqüestrador.173 Daí a explicação do desvio sofrido pelo vocábulo plagium na evolução etimológica. A expressão passou a significar, figurativamente, essa apropriação fraudulenta. Plagiário, nos dias atuais, designa o salteador de uma criação intelectual”.
A citação é clara quando se refere ao surgimento do salteador de obra
intelectual. Essa prática, além de ser criminosa; deve ser repudiada. Caso
recente aconteceu com o escritor Moacir Scliar. A obra dele (Max e os felinos)
foi plagiada pelo canadense Yann Martel que pulicou As aventuras de
Pi. Além de praticar crimes contra o brasileiro, desdenhou deste. Assista
ao vídeo e veja o que Scliar opina sobre esse episódio, triste e lamentável.
A prática plagiarium não está limitada a obras literárias. Ela se
efetuou com intensidade na Internet, especificamente na blogosfera. Ao remar
por vários blogs, percebo o Ctrl+C e Ctrl+V de forma clara sem o
menor pudor. Como se isso não constituísse uma violação das Leis, da moral e da
criação intelectual de quem os produziu. Para saber mais, acesse: blogosfera legalizada.
O que tem preocupado professores e especialistas é o
fato de os alunos das principais faculdades e universidades brasileiras praticarem
o que eles chamam de plágio acadêmico; classificado em integral, parcial e
conceitual. Segundo Nery et. all, plágio acadêmico “(…) se configura quando
um aluno retira, seja de livros ou da Internet, ideias, conceitos ou frases de
outro autor – que as formulou e as publicou -, sem lhe dar o devido crédito,
sem citá-lo como fonte de pesquisa”.
Os
exemplos citados servem para que o leitor possa situar-se no tempo e no
espaço. Para que se compreenda que a prática do plágio é desprezível e
deve ser evitada. O assunto é abrangente e há farto material que trata
dele. Pesquise, inteire-se e crie seus próprios textos.
Referências
Brasil. Ministério da Cultura. Direito
autoral. – Brasília : Ministério da Cultura, 2006. 436 p. – (Coleção cadernos
de políticas culturais ; v. 1)
NERY, Guilherme et All. Nem tudo que parece
é: entenda o que é plágio. Niterói – RJ. Universidade Federal Fluminense,
2008-2010.
BRASIL. Lei
de Direito Autoral (LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998).
Brasília, 1998.
9 de jul. de 2013
O blog Entre Páginas de Livro resenha o livro A menina das queimadas
Hoje
eu não irei fazer uma resenha do livro que li, e sim uma análise
expondo a minha opinião e explicando a história. Isso porque a obra é
pequena e com uma narrativa bem simples, de modo que se eu aprofundar
acabo falando tudo e soltando spoilers. Então vamos com calma para você conhecer um pouco o que há por trás das páginas do livro A Menina das Queimadas do autor Ronaldo Pereira de Lima.
A Menina das Queimadas
é uma criança que vivencia as dificuldades enfrentadas pela população
brasileira entre as décadas de 30 e 40. Tudo é narrado através da
protagonista, Zélia de Oliveira Rocha, e os fatos são verídicos. Em apenas 52 páginas, conhecemos muito sobre a infância e adolescência da Zélia.
Logo
nas primeiras páginas, somos apresentados a dificuldade da protagonista
em estudar. Naquela época, os alunos eram mais aplicados e respeitavam
muito a professora que em muitas vezes os colocavam de castigo. Zélia
teve que conciliar os estudos em cuidar dos irmãos e ajudar no sustento
da família. Por isso, muitas vezes ela vendia doces, chamados queimadas e
faltava as aulas para cuidar dos irmãos, que eram muitos.
Nas
décadas de 30 e 40 não havia uma boa energia elétrica, muito menos uma
medicina avançada no Brasil, a saúde era precária e por conta disso
muitas pessoas morriam por falta de médicos. O namoro era algo mais
sério, um beijo no rosto já é capaz para que uma menina ganhe má fama.
As famílias eram mais numerosas e todos trabalhavam desde cedo para ter o
seu sustento. Tinham também as rezadeiras e os costumes populares. Tudo
isso e outras questões são abordadas e vivenciadas pela menina das
queimadas.
A
narrativa lembra muito livros de contos e muitas vezes fiquei imaginando
a minha vó narrando todas aquelas histórias. A linguagem é muito
simples e até mesmo informal, mesmo porque a educação naquela época era
precária e o autor transmite muito bem isso, assim como os costumes e
valores. Se formos parar para refletir: muitas coisas mudaram, para o
bem e para o mal.
A diagramação do livro é simples, porém completa; contendo sumário, páginas amarelas, nome do livro e do autor no canto das páginas juntamente com a numeração. A revisão ficou boa, o único problema é o espaçamento entre algumas palavras. Além disso, encontramos no final do livro um glossário para auxiliar a leitura.
A diagramação do livro é simples, porém completa; contendo sumário, páginas amarelas, nome do livro e do autor no canto das páginas juntamente com a numeração. A revisão ficou boa, o único problema é o espaçamento entre algumas palavras. Além disso, encontramos no final do livro um glossário para auxiliar a leitura.
Gostei muito do livro, devorei ele em poucos minutos e reli duas vezes fazendo diversas anotações que eu achei interessante. A maneira que o autor escreve é viciante e instigante, um verdadeiro diferencial para histórias do gênero.
Também aprendi algumas informações que acabam perdidas na história,
sendo resgatadas por pessoas que já vivenciaram essa experiência. Vale a
pena conhecer a história de Zélia, que batalhou por seus ideais mesmo
diante das dificuldades. Fica a dica, dê uma chance a um livro diferente
que vai acrescentar pelo menos um pouco em seus conhecimentos.
FORTUNADO, Caíque. A Menina das queimadas. http://www.entrepaginasdelivros.com/2013/06/resenha-menina-das-queimadas.html. Acesso em 30/06/2013.
1 de jul. de 2013
Escritor, tenha paciência!
Casal a quatro
— Já leu a Bíblia?
— Desde quando você se
interessa pela Bíblia, aliás, por qualquer livro? Eu nunca o vi lendo livro
algum ou comprando. Que interesse súbito é esse por leitura?
— Já! O que tem ele?
— Estava conversando com
Mateus e ele citou esta frase: “Só não muda de ideia quem não tem ideia”. Pensei
nela e resolvi mudar muitas coisas da minha vida. Entendi que a gente precisa
excluir ideias e colocar outras no lugar. O que não pode é tá o tempo todo
com os mesmos pensamentos, opiniões. Por isso, resolvi ler a Bíblia.
— Deu para filosofar, foi
home?
— Não! Apenas estou
repensando o que sou, vigiando o que há dentro de mim, as coisas que me vem de
fora e buscar o equilíbrio para mim e os que convivem comigo.
— Interessante seu ponto de
vista, mas não se detenha muito nessas coisas, pois, não quero perdê-lo para
Sofia. (Risos).
— Você não me perderá para
ela. Seremos um casal a quatro. Afinal de contas, Sofia entrou em minha vida de
forma sutil e bela.
— Eu não me importo desde
que eu seja a primeira em tudo.
— Não posso garantir a
primogenitura, pois, ela sempre porá uma questão que irá consumir meu tempo.
12 de jun. de 2013
Malinações do vento
Ele vem tonto e com cara de bento.
Lá, em sua morada, o mundo não pára nem brinca.
Lá, em sua morada, o mundo não pára nem brinca.
Enfadado do cata-vento, saiu das
hélices e foi parar nos galhos, nas ruas e nas saias.
De saia em saia, o malino menino sem aljava ou seta aprontava com as garotas.
De saia em saia, o malino menino sem aljava ou seta aprontava com as garotas.
Esse moleque aprontou com A
menina de nariz arrebitado que logo surgiu com o bucho esticado.
1 de jun. de 2013
1º Capítulo do livro Laura
I
Laura estava sentada
numa cadeira de balanço. Nela, observava
os caibros serrados, as telhas avermelhadas e as ripas alinhadas. A sua volta havia um sofá, uma estante e a TV que
Fernando costumava assistir desenhos
em sua companhia.
Levantou-se,
guiou o corpo cansado pelo corredor, foi à cozinha, tomou um copo d’água e saiu
pela porta do fundo, aspirou o ar e sentiu alegria em seu coração enrugado.
Dirigiu-se as plantas e riu com as acrobacias que as borboletas faziam sobre
elas. Aproximou-se de um hibisco e, nas pétalas de uma das flores, formigas
sedentas formavam ao redor de uma gota d’água o sol, desses que as crianças
costumam desenhar. E num talo da
roseira uma joaninha passeava, fazendo-a
lembrar dos vestidos de chitas quando ela era moça.
Retornou
para casa e se deteve alguns instantes na
porta sem querer deixar
aquele mundo de carne verde. Entrou, pegou
um jarrinho de porcelana, encheu de água e colocou nele a flor que trouxera e o
dispôs no centro da mesa. Em seguida, foi na direção do seu quarto.
Diante
do espelho penteava os cabelos enrugados e pensava: “Por que a cor branca é
sinônimo da velhice, do cansaço, do reumatismo e da broquice; se o branco das
nuvens brilha com a
luz do sol e elas se renovam quando o céu
tá estiado?”. E ficou por ali com aquelas reflexões.
Em
seguida, pegou pó para passar no rosto, mas desistiu. Passou
um batom suave nos lábios e sentiu-se melhor. Levantou-se, pegou a bolsa,
caminhou pelo corredor e abriu a porta da frente.
— Tia, a senhora vai prá onde?
— Eu vou dar uma voltinha. Quer ir
comigo?
— Não posso. Tenho que terminar o
exercício da escola.
— Então vá pra você não levar umas
broncas de seu pai.
Do Portão espiava um carro que
soltava fumaça rua a fora, um moleque que passou
piruetando pelas calçadas de patins, um homem que caminhava com a face enfiada
no jornal.
Na rua, o sol era forte. Ela começou a sentir
uma fadiga no peito e resolveu parar debaixo de uma árvore e descansar. Em
seguida, entrou numa sorveteria, comprou alguns doces e saiu. Ia atravessando a
rua e um carro freou nos seus pés, deixando-a em estado de Choque e, por causa
dele, tomou muita garapa.
Depois de recuperada, sentou-se
num banco que ficava em uma praça cheia de crianças que brincavam soltas como o
vento, alegrando as vendas do pipoqueiro. Sentada numa posição singela, Laura
correspondia aos acenos dos conhecidos que por ali passavam. Resolveu voltar
para casa. Com o pacotinho de doces na mão, atravessou a rua com cuidado e se
foi.
Em casa, deixou o pacote de doces
no quarto de Fernando. Em seguida foi à cozinha, lavou as mãos na pia e
sentou-se a mesa. Espiou a flor, tocou nela e se alegrou. Apesar do choque,
ainda estava viva para poder regar suas plantas todas as manhãs e tardes.
Aquele estado doce de alegria lhe fez esquecer aquele incidente que quase
levara sua vida.
— Tia, eu já tava preocupada com a
senhora! Já ia telefonar pro Paulo.
— Minha filha, eu só fui dar uma
voltinha bem aqui perto. Se eu ficar dentro de casa, vou me sentir como uma
coisa; sem nenhuma serventia.
— Eu sei. Mas a senhora saiu que
eu nem vi!
— É verdade! Você tava no banho.
— A senhora promete que da próxima
vez avisa, né?!
— Não se preocupe minha filha. Eu
aviso.
Pretinho se aproximou, roçou seu
corpo nas pernas de Laura. Ela o pegou nos braços e sentou-se na preguiçosa. No
colo, a egípcia, Pretinho ficava com os olhos semicerrados por causa do cafuné
que ela lhe fazia.
LIMA, Ronaldo Pereira de. Laura. Editora Diário Oficial, Aracaju, 2011.
Assinar:
Postagens
(
Atom
)