Série de poemas intimistas em alusão ao Setembro Amarelo

 


Preocupados com a campanha nacional de prevenção ao suicídio, nós do blog Ron Perlim publicamos uma série de poemas intimistas, de autoria do escritor e poeta propriaense Cleno Vieira, em que são trabalhados diversas temáticas sentimentais propícias ao que prega a campanha.


Ei-los:

Bifurcação


Separando o tempo da jornada,

Fico eu extenuado, exaurido, acabado

A poeira do caminho imenso

Suja-me os pés nessa estrada.


E quebrado, vou chorando do nada

Caminhando sem direção,

E assim vou percebendo

Que ela me chama à vida.


Ergo-me, firme e com esperança

Em busca de uma solução

Um destino a ser seguido

Aquele que vem da alma

Na clareza do coração.


Mar vazio


Ondas do mar Atlântico,

Tudo está vazio,

Para onde corre este mar?

O mar que recebe o rio.


Onde ela estará?

Ela, por quem choro e riu,

Sei que tudo cheio estará

Quando voltar a ver seu brilho.


Submersos


Submersos na realidade densa

Assim são os destinos que a vida dispensa

Pessoas comuns, buscando o seu lugar

Num vasto oceano a navegar.


Em meio a poucas aventuras terrestres

Mergulham no mar das incertezas oceânicas,

Procurando abrigo, um porto talvez “seguro”

Na imensidão azul que se estende puro.


Exploram os destroços da nau perdida

Em busca de respostas e nova partida,

Sem ilusões, enfrentam a dura verdade

Que a vida é um mar turbulento de adversidade.


Encontram desafios em cada onda que enfrentam

Superam obstáculos, se fortalecem, se reinventam

Pois nesta jornada incerta, a esperança emerge

Eles persistem, não submergem, mesmo quando a tempestade urge.


A alguém


O sol triste lá no poente

A natureza fria que esqueceu da gente

O sino da capela tocando em agonia,

Assim são esses versos

Que no lugar da saudade transmutam-se noite e dia.


Desfolhou-se e murchou muito fria

As ricas folhas da fauna

Tombando na relva do chão.


Vi no Céu azul brilhar mais uma estrela,

Os anjos curvaram-se

Para recebê-la.


Segue breve análise de cada poema:

Os poemas apresentados exploram uma variedade de emoções, desde a tristeza e o vazio até a esperança e a perseverança.

O poema "Bifurcação" trata da jornada da vida, com seus momentos de exaustão e de esperança. O eu lírico está perdido e sem direção, mas encontra forças para seguir em frente quando percebe que alguém o chama à vida.

O poema "Mar vazio" expressa a saudade de um amor perdido. O eu lírico está em um estado de vazio e tristeza, mas sabe que tudo ficará completo quando encontrar seu amor novamente.

O poema "Submersos" fala sobre a dificuldade de encontrar o seu lugar no mundo. As pessoas comuns estão submersas na realidade densa, buscando respostas e um porto seguro. Elas encontram desafios e obstáculos, mas persistem na busca da esperança.

O poema "A alguém" expressa a saudade e o amor perdido. O eu lírico está triste e sozinho, mas encontra conforto na natureza e na fé.


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