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Zé Peixe, o menino do mar

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Como nasceu o livro Zé Peixe, o menino do mar? O livro Zé Peixe nasceu de um convite que recebi do comandante argentino da Marinha Mercante, Carlos René Mateos. Na época (2007),  ele trabalhava em Sergipe, conhecia o Zé Peixe, sua história de heroísmo, bem como a fama de exímio prático e conhecimento geográfico da área marítima. Foi dessa forma que ele me desafiou a escrever o livro Zé Peixe,  o menino do mar, patrocinado pela Petrobrás-SE e editado pela Infografics em 2008. É a partir deste momento que passo a frequentar a casa de Zé Peixe, entrevistá-lo, mexer em recortes de jornais e revistas antigas para construir a narrativa poética infanto-juvenil. Do que fala o livro? O livro fala sobre a infância, juventude e idade adulta de um ser humano amante das águas, que aprendeu a nadar aos quatro anos de idade e dedicou sua vida ao trabalho marítimo, à caridade e transformou-se em um ícone do mar nacionalmente e internacionalmente. Saiba mais sobre G. Aguiar e o livro  Zé Peixe, o menin

Em que o Comunismo ameaça o Capitalismo?

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Noam chomsky Em que o Comunismo ameaça este sistema ( O Capitalismo, grifo meu) ? Para uma resposta clara e convincente, podemos nos voltar para um amplo estudo da Fundação Woodrow Wilson e da Associação de Planejamento Nacional intitulado Political Economy of American Foreign Policy , um livro muito importante. Foi compilado por um segmento representativo da minúscula elite que cria grande parte das políticas públicas para quem quer que esteja tecnicamente no poder. Com efeito, é o mais perto que se pode chegar de um manifesto da classe dirigente americana. Ali eles definem a principal ameaça do comunismo com sendo a transformação econômica das potências comunistas "em formas que reduzem sua disposição e capacidade de complementar as economias industrias do Ocidente". Esta é a primeira ameaça do Comunismo. O Comunismo, em resumo, reduz a disposição e a capacidade de países subdesenvolvidos de atuarem na economia capitalista mundial, como fizeram, por exemplo, as Filipinas, q

O espaço do texto

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Jorge de Sá A construção de um texto equivale à construção de uma casa: cada frase, cada silêncio onde reside a significação a ser descoberta pelo leitor é uma espécie de quarto onde o cronista guarda os seus segredos e a sua solidão. Além disso, ao construir cada texto (considerado, aqui, como sinônimo de peça autônoma, relato que vai do título à última linha), o Autor está construindo a sua casa interna, procurando discriminar cada aposento e estabelecendo as leis que governarão o seu universo. Essa construção conduz a um texto maior – e que se faz sem palavras, pelo silêncio do discurso -, que nada mais é do que a compreensão do que somos, para melhor prosseguirmos em nossa viagem existencial. Assim, em “Manifesto”, Rubem Braga se dirige aos operários da construção civil, afirmando: “ Nossos ofícios são bem diversos. Há homens que são escritorese fazem livros que são verdadeiras casas, e ficam. Mas o cronista de jornal é como o cigano que toda noite arma sua tenda e pela manhã a

Dez bons conselhos de meu pai para cidadãos honestos e prestantes

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Meu pai nunca me deu estes conselhos da forma sistematizada que está aí. Mas deu todos. Inclusive mostrando como era que se fazia. Acho que ele não se incomodaria por eu passá-los adiante, pois ele também tinha muita consciência política. 1.        Não seja tutelado Não permita que as pessoas resolvam as coisas por você, por mais que o problema seja chato de enfrentar. Não finja que acredita em nada do que não acredita, não deixe que lhe imponham uma opinião que você está vendo que não pode ser sua. 2.        Não seja colonizado Tenha orgulho de sua herença, não seja subserviente com o estrangeiro, não se ache inferior. Como o que gostar, fale como gostar, vista-se como gostar - seja como seu povo, não seja macaco. 3.        Não seja calado Seja calado só por educação, até o ponto em que isto não o prejudicar. Se prejudicar, só cale a boca quando deixar de prejudicar. Não seja insolente e não tolere a insolência. 4.        Não seja ignorante Não ser ignorante é um

Ron Perlim - I Encontro de Escritores do Agreste Alagoano

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Girleide, Carla, Carlindo, Cárlisson Fui ao I Encontro de Escritores do Agreste Alagoano, organizado pelo escritor José Rocha na Casa da Cultura, em Arapiraca, Alagoas. O Evento aconteceu no dia 25 de janeiro de 2020. Cheguei no final de uma rodada de escritores, composta por Carla Emanuele (presidente da Acala), professor Carlindo Lira, Girleide Alves, Ademilson Leandro e Cárlisson Galdino que expunha seu trabalho de cordelista. Me chamou a atenção a forma como ele leu seus cordéis. Fiquei, de pé, ouvindo a leitura engraçada de seus textos que tanto agradava a plateia. Encerrada a vez deles, houve a segunda rodada, onde eu me incluía. Flaviana Wanderley, Flaviana Costa, Dennys, Odilon, Ron Perlim, Elias Nessa segunda parte e última do evento no período da manhã, sentaram-se à mesa Flaviana Wanderley, Flaviana Costa, Dennys, Odilon dos Anjos, Ron Perlim e Elias Barbosa. Antes que os escritores fizesse uso da palavra, a professora Magda fez divulgação da I Antologia Ara

Ron Perlim participa do Projeto de Leitura: A Arte de Contar História - II

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Alunos da Cooperativa Educacional Criança Feliz   No dia em que Ron Perlim foi homenageado pelo Projeto Leitura: A Arte de Contar História , a Escola Cooperativa Educacional Criança Feliz, mantida pela Igreja Batista Tradicional, visitou o espaço onde havia livros do autor, capítulos materializados do livro A menina das queimada s e uma recepção calorosa das alunas Raissa e Mirella. Ron Perlim agradece, não só aos alunos e professores daquela cooperativa, mas aos alunos e professores do Centro Educacional e da Escola Santa Terezinha que deixaram as suas salas para participarem do evento e demais pessoas.

Ron Perlim participa do Projeto de Leitura: A Arte de Contar História

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O escritor Ron Perlim foi homenageado no Projeto Leitura: A Arte de Contar História  no dia 14 de novembro de 2019 na cidade de Porto Real do Colégio, Alagoas. O evento aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Profº. Ernani de F. Magalhães. Em sua homenagem, o livro A menina das queimadas , cujo enredo se passa na cidade de Cedro de São João, SE e narra as histórias de Zélia de Oliveira Rocha, falecida e sogra do autor, foi trabalhado em sala de aula e cada equipe foi responsável por um capítulo. Raissa, Ron Perlim e Mirella Assim que o autor chegou, foi recepcionado pelas alunas Raissa e Mirella. Elas citaram uma nota biográfica do autor, falaram da principal personagem (Zélia de Oliveira, sua sogra) e presentearam-no com uma plaquinha contendo a foto do livro. Ron Perlim percorreu todo o espaço, cumprimentou alunos, os parabenizou. Apreciou tudo o que viu: as maquetes da quermesse  e da Lagoa Salomé, a exposição dos seus livros, a parte lúdica da cabacinha de

Ron Perlim palestra no I Sarau Viajando na Leitura: Café com Letras

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O escritor Ron Perlim esteve na noite do dia 08 de novembro de 2019 na Escola Estadual Joaquim de Oliveira Campos na cidade de Amparo do São Francisco a convite da coordenação daquele projeto. Foram exposta uma galeria de escritores mirins e uma exposição de seus livros. Houve declamação de poesias e peças teatral. Ron perlim achou interessante o projeto desenvolvido naquela escola. Aproveitou a ocasião e falou para pais, parentes, amigos e as próprias crianças da importância do livro e da leitura.  

Ron Perlim bate-papo com alunos da Fundação Bradesco

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Ron Perlim esteve na escola de Ensino Fundamental e Médio Fundação Bradesco na manhã do dia 04 de novembro de 2019, onde estudou nos meados dos anos 90, para bater papo com o alunado daquela instituição. Ron Perlim fala do livro O povo das águas Falou da importância que tem os livros para a vida, não somente de quem vive na escola, mas de todos. Deixou claro que o livro são guardiões do saber, das experiências de quem os materializa. Destacou que a leitura dos livros didáticos são para a vida profissional, enquanto os de ficção não é exclusivo dos clichês "Ler é bom", "Ler enriquece o vocabulário" e "Nos faz passear, viajar por outros mundos", mas destacou os benefícios que a leitura traz para a vida acadêmica, enriquecimento pessoal, ampliação do conhecimento e compreensão de coisas que acontecem... Depois de falar da importância do livro e da leitura, a palavra ficou para quem dela quisesse fazer uso. E muitos alunos fizeram. O bate-papo

Quem eram os tipógrafos

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A arte da impressão envolvia uma série de conhecimentos diferentes: mecânica para as prensas, fundição para as ligas, fabricação de papéis, formulação das tintas, técnicas de encadernação, conhecimento de diagramação, arte, além de muita cultura, conhecimento de outras línguas e escritas. Por tudo isso, os impressores, calígrafos e escribas era pessoas muito especiais e de grande importância na sociedade europeia. Constituíam uma elite de intelectuais que trabalhavam com as tecnologias mais modernas da época e não paravam de inventar máquinas, materiais e processos de fabricação. Mas também eram mestres da estética, pois o desenho das letras exige vastos conhecimentos de arte, desenho, geometria e estética. Para finalizar, nossos heróis eram pessoas de grande cultura, pois falavam, escreviam e criavam letras em várias línguas e escritas, não raro idiomas extintos. Por tudo isso, muitas vezes até as leis eram “adulteradas” em benefício dos artistas da letra. A história de Francesc

Velas Náufragas

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Diego Mendes Sousa A obra "Velas náufragas" (Editora Penalux, 2019) de Diego Mendes Sousa é um epilírico dividida em duas partes: "Alma litorânea" e "Coração costeiro". Herdeira da "Mensagem" do poeta português Fernando Pessoa, "Velas náufragas" é uma arrebatada devoção ao mar e à natureza. A poesia de Diego Mendes Sousa é vertical e instaura as palavras com a força do sentimento, que guarda também a memória e a infância. O poeta piauiense canta a terra natal, Parnaíba, santuário do Delta do Rio Parnaíba, e inventa um universo paralelo chamado Altaíba, com "seres aladinos", como quer a magia e o testamento desse notável poeta. Extremamente simbólica e barroca, apesar de os versos serem livres, brancos e em desordem aparente, a poesia crescida na visão peculiar de Diego Mendes Sousa ressucita a metáfora do tempo e a profusão dos sonhos, pois os seus versos são doídos e são anímicos. São também sonoros e imagéticos. P

V Bienal do Livro de Itabaiana

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Família MarRon com Saracura A família MarRon esteve na V Bienal do Livro de Itabaiana/SE no dia 15 de setembro de 2019. Estivemos com nosso amigo Saracura e o seu Pássaros do Entardecer . Romance que tive a honra de ler antes da publicação e opinar sobre ele. Uma gostosa leitura sobre os migrantes itabaianenses como descrita na sobrecapa do livro: "Esta é a história aventurosa de um navegador pelos céus de Itabaiana, do Brás, de Rancharia e até do Paraguai... em busca de uma árvore onde pousar  (uma noite ou a vida inteira); a busca incessante de um canto onde tremule a ilusão de uma vida melhor. É uma epopeia narrada em versos pelo poeta Omerin, cordelista, de quem você ainda ouvirá falar, e em prosa, ditada pelo próprio navegador a um copista de Itabaiana que tem a mania de maquiar oitivas com palavras e sentenças de duvidoso gosto. Omerin que o diga!".

O São João do Nordeste

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  Por Cleno Vieira No São João do Nordeste  tem de tudo até de mais temos milho, munguzá e canjica  para só de milho o povo saborear.  Temos o famoso quentão que é servido de coração  pro cabra ficar animadão. A veneração aos santos Antônio, João e Pedro, são pra lá de especiais  mais o que abrilhanta a festa  são as quadrilhas nos arraiás. Nesse mês junino  temos o santo casamenteiro de Propriá ele é nosso  padroeiro, pra não haver             desespero, rogue a Antônio um amor verdadeiro. Logo em seguida  vem o menino São João  com o cordeiro na mão é exaltado, mas tudo fica animado  quando os fogos são queimados. Pra não deixar queimar o Nordeste, vem São Pedro  alegrando o sertão  e com a linda chuva  alegra-nos o coração. Pra terminar o mês junino  é celebrado São Paulo  que por poucos é venerado mas pense em um santo arretado. Pra mode não demorar  eu já vou terminar,  dizendo que o São Joã

É em casa que se aprende a barganhar

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“O candidato foi à casa do meu avô. Meu avô pediu certa quantia em dinheiro. Ele disse que voltaria, mas meu avô esperou, esperou, esperou e ele não apareceu. O outro candidato foi conversar com meu avô, pediu um prazo para arrumar o dinheiro. Ele arrumou o dinheiro e todo mundo lá em casa vai votar nele. Ele é quem vai ganhar a eleição”. A citação acima mencionada compõe uma minúscula parte de um gigante texto do fazer político deste país. Nela, nota-se três gerações: a do avô, a dos pais da criança e a da própria criança que fala naturalmente da prática do comércio eleitoral com entusiasmo, torcendo pelo candidato que “(...) arrumou o dinheiro (...)”. Faz algum tempo que escrevo a respeito desse comércio e sempre procuro descrevê-lo com base em experiências. Não quero nelas fazer simples descrições, mas propor reflexões. O eleitor brasileiro tornou-se dualista e objeto de disputas ferrenhas de políticos profissionais. A fala acima deixa explícito a prática da corrupç

As opiniões do jornais são as suas opiniões?

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As opiniões dele são as opiniões dos jornais (grifo meu) . Como, porém, essas opiniões variam, padre Silvestre, impossibilitado de admitir coisas contraditórias, lê apenas as folhas da oposição. Acredita nelas. Mas experimenta às vezes dúvidas. Elas juram que os homens do governo são malandros, e ele conhece alguns respeitáveis. Isso prejudica as convicções que a letra impressa lhe dá. Necessitando acomodar as suas observações com as afirmações alheias, acha que os políticos, individualmente, são criaturas como as outras, mas em conjunto são uns malfeitores. RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2008. p.150.

Pai

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1 Por Cleberton Santos Feira de Santana, 04 de setembro de 2018. Meu pai, Vamos lavar as pedras, Sim, vamos lavar as pedras, Para retirar as impurezas da alma, As impurezas da pedra, As impurezas do nosso corpo, As impurezas da morte, Vamos meu pai, Lavaremos as pedras que ainda sobram em nossos caminhos, Lavaremos as pedras banhadas de sol, Lavaremos as pedras com todas as nossas lágrimas. Meu pai,  Vamos lavar as pedras da solidão, E descansaremos em paz nas terras do perdão.  1 Cleberton Santos (14/05/1979, Propriá/SE). Poeta e professor do IFBA campus Santo Amaro. Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS. Publicou os livros “Ópera urbana” (2000), “Lucidez silenciosa” ( 2005) “Cantares de roda” (2011), “Aromas de fêmea” (2013), "Estante Viva” (2013 ) e "Travessia de abismos" (2015). Vencedor do Prêmio Escritor Universitário Alceu Amoroso Lima da Academia Brasileira de Letras (2002). Apresenta o podcast “A

Finalmente deixaste o debruço

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Da janela, você olha a relva brilhar na praça. Sem se cansar, observa as flores do pé-de-matafome tremularem. Mas se surpreende quando um beija-flor vai em cada flor do hibisco. Elas, avermelhadas e sorridentes, recebem com alegria aqueles beijos. Beijos que serão levados para outras bandas. E para completar, a claridade da luz ilumina tudo, até o jardineiro lá na ponta da praça. Ainda na janela, pés vêm, mãos vão e você continua inerte. Saber o que se passa contigo é impossível. Já dizia Coélet: "(...) há tempo para todo propósito debaixo do céu". Parece que entendeste o que ele quis dizer. Finalmente deixaste o debruço.