24 de mai. de 2014

Foi só um olhar

Tudo se iniciou no Bar da Galega. Cátia e Frederico escutavam sertanejo por lá. Riam, beijavam-se e bebiam. Sandro entrou, observou as pessoas, cumprimentou alguns conhecidos e olhou de soslaio para ela. Frederico não gostou do modo como eles se olharam. Amarrou a cara na mesa e bebia com ímpeto.

Passados alguns minutos, ele chamou Cátia de safada, vagabunda e deu um tapa na face dela. Sandro, sem saber os motivos, foi desapartar a briga. Raivoso, Frederico o empurrou, acusando-o de flertar com a mulher dele. Sandro perguntou se ele estava louco, discutiram e os fregueses do bar desapartaram eles. Nisso, Cátia saiu em lágrimas. Inconformado, Frederico foi atrás dela, dizendo:

— Prá onde você vai, sua cachorra. Quando chegar em casa, você me paga. Vagabunda. Só vive dando ousadia a todo mundo que ver pela frente. De hoje não passa. Você me paga.

Ele conseguiu alcançá-la. Pegou-a pelos cabelos, deu-lhe umas bofetadas e saiu rua a cima. Tinha gente que fingia não ver, outras se revoltavam; mas não faziam nada.

Ao chegarem em casa, ele não a poupou. Deu-lhe socos e pontapés, deixando-a indefesa no chão. Possuído pela cólera, foi a cozinha, pegou o facão e desferiu vários golpes sobre ela, dizendo:
— Já faz um tempo que eu vinha olhando para seus pés. Quer me fazer de besta? Você agora vai me trair no inferno, sua vadia.

Morta a vítima, precisava esconder o cadáver. Foi ao quintal, fez uma cova rasa e jogou o corpo nela. Feito isso, tomou banho, mudou de roupa, pegou dinheiro que costumava guardar para esse fim e pensou: “Não vou ser pego por assassinar aquela cachorra”. Quando pôs os pés fora do batente, deu-se de cara com a polícia de arma em punho pedindo para ele não reagir.




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17 de mai. de 2014

Última dor da existência

Ela estava sentada no batente da porta. Face voltada para a calçada e entre os dedos o cigarro.
O cigarro, quando posto entre os lábios, estremecia. Nela havia solidão e o seu mundo estava desarranjado. A mente muitas coisas fazia, participava no cubículo do seu ser.
Passavam-se as horas.
Passavam pessoas. Só não passava aquela angústia, aquela dor, a última que alguém pode sentir nesta vida.
Só o cricrilar fazia-se presente no fechar e abrir dos dias.
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21 de abr. de 2014

A minha gata

Kika
A minha gata vive atrás de mim, toda dengosa. Mas o dengo dela tem explicação: é a fome. A minha outra gata afirma que não é nada disso, mas amor.

Acontece que a minha gata faminta quando está com o bucho cheio, me trai. Imagine: ser traído por um bucho cheio! E essa traição arranca risos da outra gata.
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24 de mar. de 2014

II Gerarte

Gerarte - Maceió - AL
A convite da professora Dilma Marinho de Carvalho, participei do II Gerarte (Gera Arte: Literatura, Música e Teatro) na cidade de Maceió – Alagoas. O evento foi organizado pela Escola Estadual Geraldo Melo dos Santos. O tema do II Gerarte foi: Mestre Graça foi a praça. 

O objetivo do evento é trazer temas do passado como a fome, a seca, a gravidez precoce, a violência e outros com a realidade dos alunos para que eles possam comparar épocas, refletir sobre elas e distinguir se houve mudanças relevantes.

Pça. de Eventos
O evento se início às 17:00 h e foi concluído às 10:00 h. Obras de Graciliano foram homenageadas e encenadas, mas outros autores foram lembrados, a exemplo de João Cabral de Melo Neto, José Américo de Almeida, Raquel de Queiroz etc. Poesias foram recitadas, músicas de Luiz Gonzaga cantadas por alunos... Segundo a professra Dilma, “o Gerarte surgiu depois de a escola passar por um período de violência, quando professores foram ameaçados, alunos brigavam no pátio e um aluno tocou fogo no banheiro”.


Desde que surgiu e com ele outras atividades, a escola tem colhido os resultados: a violência acabou, a comunidade se envolveu com as atividades escolares e o ambiente escolar voltou ao normal. E eu estive por lá, observando a participação dos alunos, as barracas temáticas, o ir e vir das pessoas; enquanto outras assistiam as apresentações.

Ronaldo e a Profª. Esp. em LB Dilma M. de Carvalho

Ronaldo e a Professora Dra. Eliana - UFAL
Ronaldo e o escritor Linaldo Santos
O autor e a professora Débora Santos
Aluna lê A menina das queimadas

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