Estávamos na lancha. Ao meu
lado, Mário pescava. Eu topei em seu ombro direito. Então, ele abriu os olhos
esbugalhados para mim. Perguntei-lhe:
— Quanto custa o quilo do peixe? Sem compreender, respondeu:
— Qual? A tilápia, o tambaqui, o
piau...?
Norma, que diante de mim se
encontrava, caiu; mas de gargalhada. Eu ri também junto com ela. Mário ficou
meio constrangido, percebeu o gracejo e disse:
— Você e suas frases tiradas do baú!
Ainda rindo, retomei o diálogo,
dizendo-lhe:
— Se fosse do baú, ela não
estaria impregnada em nosso corpo. Mário,
quando o cesto estiver cheio, você me diz quanto custa o pescado da sua
pescaria.
E atravessávamos o rio na trepidez da lancha e das gargalhadas.