Estávamos
em um bar rindo e olhando as garotas passarem. Um mendigo passou, mas ele
resolveu dar meia-volta e parou diante de nós. Meio capenga, movia-se ao som da
música nos fazendo rir. Ele pediu uma dose de cachaça e ficou porali.
O dono do
bar amarrou logo a cara em alguma parte do bar onde era impossível de ser visto. Ele se aproximou, pegou-lhe pelo braço e o pôs para fora feito
cão sarnento.
No outro
lado da rua as bolsas iam e viam. O pirata, com seu som estridente, tocava uma
brega. Movido pela música, o mendigo dançava com uma parceira invisível, fora
de ritmo; expondo um riso cariado. Algumas pessoas riram, outras o desprezavam,
enxotando-o.
Depois
das risadas e do desdém, a esmola veio de costume: magra, áspera, fria, vazia;
tornada apenas um hábito por causa das ideias cristãs. E ele seguia seu caminho
abraçado com Dionísio, escárnio e ruindade.